O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, assinaram hoje um memorando de entendimento para a constituição da Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapi), chamada de Embrapa da indústria. A nova companhia será pública, mas com predominância da iniciativa privada na governança, e composta por diversas unidades espalhadas pelo País. "Vamos construir centros tecnológicos de atendimento à demanda da indústria", disse Mercadante no 4º Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, em São Paulo. O projeto terá uma etapa piloto, fundamentada nos trabalhos de três instituições: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, Instituto Nacional de Tecnologia (INT), no Rio de Janeiro, e um centro de excelência do Senai na Bahia. A partir dessas unidades, a nova empresa deverá ampliar as operações, chegando a um total de 30 centros de pesquisa no País até o final de 2014. O modelo a ser seguida é a da alemã Fraunhofer, fundação composta por 60 centros de pesquisa especializados em áreas diversas, segundo Mercadante, e que terá parceria com instituições no Brasil. "Queremos criar um padrão de gestão da inovação, uma metodologia de avaliação do trabalho dos institutos e um critério de credenciamento de futuros institutos", revelou. "O que nos interesse é o desempenho, e os institutos vão receber por aquilo que realizaram efetivamente na área da inovação", complementou. Mercadante revelou que no orçamento ministerial deste ano já focam alocados R$ 30 milhões para o projeto, volume que deverá ser ampliado "significativamente" no ano que vem. O aporte da iniciativa privada no projeto ainda não está definido, mas já está estabelecido que cada empresa que demandar uma pesquisa deverá arcar com parte dos custos daquele projeto. "Não haverá acomodação de trabalhar apenas com recursos públicos. Queremos é ousadia no mercado, uma lógica de aportar recursos para poder ser avaliada a contrapartida pública", disse, indicando que cada instituto será responsável também por atrair recursos. O processo piloto deverá durar aproximadamente seis meses e nesse período deverá ser definida a área de atuação de cada instituto envolvido no projeto. Após a conclusão dessa etapa, será criada oficialmente a Embrapi. "Vamos partir primeiro do que existe de melhor no Brasil, em segundo do que existe melhor na experiência internacional, e partir dessa bagagem para avançar", ressaltou Mercadante, exaltando o êxito de institutos como o IPT no desenvolvimento de novas tecnologias para a indústria nacional.