Os principais mercados financeiros europeus voltaram a abrir em queda nesta sexta-feira, seguindo a tendência das bolsas asiáticas e norte-americanas nessa quinta-feira. No início do pregão, os principais índices das bolsas de Londres (Grã-Bretanha) e Frankfurt (Alemanha) registraram perdas de cerca de 3%, enquanto na França a queda chegou a quase 2%.
Mais cedo, as bolsas asiáticas fecharam em forte queda. No Japão, as perdas do principal índice foram de 3,4%. A Bolsa da Coreia do Sul caiu 3%, a da Austrália fechou em baixa de 3,9% e Hong Kong teve queda de 4,4%. Os temores em relação à recuperação econômica norte-americana e a crise da dívida na zona do euro devem continuar fazendo estragos nos mercados nas próximas semanas, segundo analistas. Na quinta-feira, Wall Street teve o pior dia em mais de dois anos.
Os preços do petróleo e até do ouro caíram. As ações de montadoras, firmas de commodities, mineradoras, bancos e negócios imobiliários não escaparam do clima negativo nos mercados. A Bovespa fechou em -5,72%, a maior baixa desde novembro de 2008. "Temor é a palavra-chave. As pessoas estavam cautelosamente otimistas de que conseguiríamos voltar aos trilhos no
Neste ano, os mercados globais procuraram absorver uma série de choques. Em março, o terremoto e o tsunami que atingiram o Japão afetaram seriamente a terceira maior economia do mundo - no momento em que começavam a surgir sinais de recuperação.Ao mesmo tempo, a instabilidade política no Norte da África e no Oriente Médio causava uma repentina alta nos preços do petróleo. Em segundo plano, estavam os crescentes problemas de dívida dos Estados Unidos e da zona do euro. Muitos analistas acreditavam que o crescimento global seria impulsionado pela expansão da China e de outros países asiáticos.
Nas últimas semanas, o otimismo foi abalado pelas dificuldades internacionais em resolver os problemas fiscais e a divulgação de dados econômicos negativos nos Estados Unidos. Além disso, os esforços dos governos e bancos centrais para estabilizar os mercados não parecem ter atingido seus objetivos. Ontem, o presidente do Banco Central europeu, Jean-Claude Trichet, disse que a instituição deve comprar títulos de países com dificuldades. Além da Grécia, de Portugal e da Irlanda, que já receberam pacotes de resgate, a Itália e Espanha estão vendo aumentar o nível de desconfiança em relação aos seus papéis.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, também admitiu que as medidas adotadas pela União Europeia têm se mostrado insuficientes para conter a crise. Segundo ele, a crise não está mais localizada apenas na periferia da zona do euro.