A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta, com investidores à espera de uma trégua. Depois de sucumbir ao menor nível desde abril de 2009, diante da maior perda porcentual a partir de outubro de 2008, a Bovespa oferece uma vasta cartela de ações a preços atraentes. Porém, tudo vai depender do comportamento das bolsas de Nova York. Às 10h12, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 1,40%, aos 49.350 pontos. Já às 10h35, o índice chegou a 3,12%, ultrapassando a barreira dos 50 mil, a 51.186.
"O fechamento de ontem foi visto por muitos como exagerado, mas parece que a queda (de 8,08%) 'deu uma limpada geral'", comenta Carlos Augusto Nielebock, da Icap Brasil. Para ele, essa "faxina" pode abrir espaço para uma recuperação mais forte da
A atenção dos investidores está totalmente voltada para o desfecho da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) na tarde desta terça-feira. Diante da transformação da crise das dívidas na Europa e nos Estados Unidos em uma crise de fraqueza econômica global, os agentes aguardam uma sinalização do Fed sobre a adoção de novos estímulos para restaurar a atividade. As chances de uma terceira etapa de afrouxamento monetário, o chamado Programa Quantitativo 3(QE3), aumentaram desde que a nota triplo A do rating do país sucumbiu, na última sexta-feira.
Essa expectativa também sustenta os negócios em Wall Street no azul, após as fortes perdas da véspera. Na agenda do dia, os dados preliminares sobre a produtividade e o custo da mão de obra nos EUA no segundo trimestre vieram praticamente em linha com o previsto, com queda de 0,3% e alta 2,2%, respectivamente. No horário acima, o futuro do S&P 500 subia 1,63%.
Do outro lado do mundo, a China continua abalada pela falta de dinâmica nos países desenvolvidos e o intenso consumo doméstico. A inflação no gigante emergente se encorpou em julho e subiu 6,5%, em relação a um ano antes, situando-se acima da alta verificada em junho (6,4%) e contrariando a previsão de desaceleração, para 6,3%. Já a produção industrial chinesa cresceu 14,0%, na mesma base de comparação, menos do que a previsão de alta de 14,8%.
Porém, nem as commodities (matérias-primas) nem a Bolsa de Xangai foram impactadas pelos números, o que pode ser uma senha para a reabilitação de Petrobras e Vale, que perderam R$ 42,6 bilhões em valor de mercados em apenas um dia. Em Nova York, o petróleo e os metais básicos operam em alta, acompanhando a melhora das bolsas no exterior. A Bolsa de Xangai, na China, fechou no mesmo nível da abertura do pregão, deslocando-se do comportamento fortemente negativo dos demais mercados asiáticos.
Dólar
O dólar comercial iniciou o dia com ganho de 0,50%, a R$ 1,62, depois de ter fechado no valor mais alto desde 26 de maio, cotado a R$ 1,612, em alta de 1,64% - maior variação diária desde 4 de junho de 2010, no mercado interbancário de câmbio. Às 10h23, a moeda norte-americana subia 0,62%, a R$ 1,622. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista também abriu em alta e era negociado a R$ 1,625, valorização de 1,06%. O euro comercial subia 1,35%, a R$ 2,323.