A queda de mais de 4,2 mil pontos do índice Bovespa na última segunda-feira (-8,08%) abriu nesta terça uma grande oportunidade de compras aos investidores, que não se deixaram abater nem mesmo pelo comunicado do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Evento aguardado desta terça-feira, o documento não trouxe o anúncio - ou indícios - de um novo programa de liquidez para estimular a economia norte-americana, ou qualquer outro estímulo. As bolsas em Wall Street oscilaram em baixa a essa ausência, mas logo se recuperaram e fecharam com ganhos expressivos, ajudando na recuperação da Bolsa brasileira.
O Ibovespa conseguiu reaver alguns degraus perdidos ontem ao fechar com ganho de 5,10%, na máxima pontuação do dia, aos 51.150,90 pontos. Na mínima do pregão, registrou 48.666 pontos (estabilidade). Foi a maior alta porcentual desde 29 de outubro de 2009 (+5,91%). No mês, o Ibovespa acumula perda de 13,04% e, no ano, baixa de 26,19%. O giro financeiro foi o maior do ano, excetuando-se pregões com vencimentos ou eventos excepcionais, e totalizou R$ 10,336 bilhões. Os dados são preliminares.
"O mercado estava ansioso com o QE3 e ele não veio. Mas, no geral, o comunicado do Fed trouxe o que já era esperado, como a manutenção da taxa de juros entre zero e 0,25%", destacou o analista sênior da TOV Corretora, André Mello.
Hoje, os investidores aproveitaram as oportunidades abertas pelo tombo de ontem e compraram papéis como Petrobras e Vale. Petrobras ON subiu 2,80% e Petrobras PN ganhou 2,68%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato futuro de petróleo para setembro recuou 2,47%, a US$ 79,30 o barril.
Vale ON avançou 5,12% e Vale PNA subiu 5,09%. No setor siderúrgico, Gerdau PN valorizou 3,19%, Metalúrgica Gerdau PN, 1,73%, Usiminas PNA, 4,48%, e CSN ON, 7,03%.
Nos EUA, o índice Dow Jones avançou 3,98%, aos 11.239,77 pontos, o S&P-500 subiu 4,74%, aos 1.172,53 pontos, e o Nasdaq ganhou 5,29%, aos 2.482,52 pontos. As bolsas europeias fecharam em direções divergentes.