O Ministério de Finanças da França disse nesta quarta-feira que a especulação de que o país está prestes a perder seu rating AAA é "totalmente infundada". "As três agências (de classificação de risco) confirmaram que não existe risco de rebaixamento do rating francês, e esses rumores são completamente infundados", afirmou um assessor do ministro François Baroin à agência de notícias Dow Jones.
A Bolsa de Paris fechou em forte queda ontem, puxada pelas ações de bancos, enquanto o custo para assegurar a dívida soberana da França contra um default subiu para uma máxima recorde. O swap de default de crédito (CDS) de cinco anos aumentou 10 pontos-base, para 171 pontos-base. Um aumento de um ponto-base no custo do CDS de cinco anos equivale a uma elevação de US$ 1 mil no custo anual para proteger uma dívida de US$ 10 milhões por cinco anos. Às 12h05 (pelo horário de Brasília), a Bolsa de Paris operava em queda de 5,15%. As ações do banco Société Generale recuavam 15,70%.
Nesta quarta, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, se reuniu com sua equipe econômica para discutir as prioridades para o orçamento do país. Entre as medidas analisadas estão novos aumentos de impostos, cortes nos gastos e outras ações que garantam que o país cumprirá a meta de redução do déficit, em meio à crescente preocupação dos mercados com o risco de o rating soberano AAA do país ser cortado, como aconteceu com os Estados Unidos.
Até agora, Sarkozy havia dito apenas que seu governo começaria a retirar de forma cautelosa e gradual medidas de estímulo introduzidas em 2008 e 2009, depois da crise financeira global. Entre as medidas que podem ser anunciadas no próximo dia 24 estaria o cancelamento de várias isenções fiscais, a criação de um imposto de renda especial para os mais ricos e cortes de gastos, segundo têm afirmado autoridades francesas.
Há os que consideram que as projeções de crescimento do governo são muito otimistas. Após expansão de 0,9% no primeiro trimestre a economia francesa deve desacelerar para um crescimento mais modesto, de 0,3% no segundo trimestre, segundo economistas consultados pela Dow Jones. O governo projeta expansão de 2% este ano e de 2,25% em 2012 para cumprir seu plano de corte do déficit para 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e para 4,6% em 2012.