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Estado de Minas

Fundos de pensão salvam a bolsa de valores

Governo manda Previ, Funcef e Petros comprarem ações para evitar nova queda. Nos EUA e Europa, dia foi de prejuízo


postado em 11/08/2011 06:00 / atualizado em 11/08/2011 07:39

 

Brasília – Por determinação do Palácio do Planalto, os três maiores fundos de pensão do país, todos vinculados a estatais, entraram pesado nessa quarta-feira no mercado, comprando ações, e evitaram uma nova queda da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), mesmo com o mundo derretendo por causa das suspeitas em relação à saúde da economia europeia, sobretudo a da França, a segunda maior da Zona do Euro. A Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), a Petros (dos empregados da Petrobras) e a Funcef (da Caixa Econômica Federal) intensificaram a atuação quando o pregão paulista computava queda de mais de 2% e um início de pânico tomava conta dos investidores.

Operador na Bolsa de Nova York: índices fecham em queda com pessimismo sobre a economia dos EUA(foto: Brandan MC Dermid/Reuters)
Operador na Bolsa de Nova York: índices fecham em queda com pessimismo sobre a economia dos EUA (foto: Brandan MC Dermid/Reuters)
A operação chapa-branca, como os operadores estão chamando o movimento das fundações, fez com que o Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas, encerrasse nessa quarta-feira com valorização de 0,48%. Um resultado e tanto diante do rastro de prejuízos que se viu nos Estados Unidos e na Europa. "Durou apenas um dia a trégua nos mercados financeiros mundiais", disse um operador de um banco estrangeiro. "No Brasil, só não houve o derretimento da bolsa por causa da ação dos fundos de pensão de estatais, que já respondem por quase 40% de todos os negócios da Bovespa. As fundações, por sinal, ensaiaram uma intervenção na segunda-feira, quando a queda de preços das ações encostou nos 10%", acrescentou. Para ele, no entanto, não será tarefa fácil manter a Bovespa descolada dos principais mercados do mundo, tamanho é o pessimismo em relação aos EUA e à Europa.

Títulos podres

Não bastasse o temor de recessão nas maiores economias do planeta, os investidores passaram a vislumbrar a possibilidade de quebra em cadeia de bancos europeus, todos com os cofres abarrotados de títulos públicos dos países mais endividados da região: Grécia, Irlanda, Portugal, Espanha e Itália. Não à toa, as ações de instituições financeiras comandaram a derrocada dos mercados acionários. Em outro momento, a crença seria de que os governos seriam capazes de socorrer as instituições em dificuldades, como em 2008. Mas, agora, com dívidas monstruosas, os países não têm como liberar recursos para evitar uma eventual quebradeira", disse Creomar de Souza, professor de Relações Internacionais do Ibmec-DF. "Na verdade, o problema é muito maior na Europa, pois ninguém acredita que os governos europeus consigam honrar seus compromissos. O fantasma do calote voltou a assombrar a todos", acrescentou.


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