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Estado de Minas

Mantega está em Buenos Aires para reunião com ministros da Unasul a fim de debater a crise

Um dos principais temas do encontro será a criação de um mecanismo para fazer frente às crises mundiais


postado em 12/08/2011 08:11 / atualizado em 12/08/2011 08:15

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, desembarcou na noite da última quinta-feira, em Buenos Aires, para uma reunião de ministros da Economia e presidentes de Banco Central dos doze países membros da Unasul. Um dos principais temas do encontro será a criação, o quanto antes, de um mecanismo para fazer frente às crises mundiais e, segundo Mantega, já existem duas propostas na mesa.

A primeira prevê a ampliação do Fundo Latino-Americano de Reservas (Flar), para incluir outros países, entre os quais o Brasil e a Argentina. A segunda propõe desenvolver um mecanismo mais ambicioso, parecido com o fundo que os países asiáticos criaram em 2010. “A crise mostra que de repente podem surgir nuvens no céu azul e precisarmos de maiores defesas. Então, é o momento de acelerarmos os mecanismos de defesa”, disse Mantega. “Nós podemos adotar o Flar ou podemos partir para algo mais ambicioso. Devemos começar pelo que já existe. E mais rápido”, completou.

O Flar foi criado em 1978 por sete países: Bolívia, Colômbia, Costa Rica, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela. Seu objetivo é

apoiar a balança de pagamentos dos países membros, outorgando créditos, melhorar as condições de investimentos das reservas internacionais e contribuir para a harmonização das políticas cambiarias, monetárias e financeiras de seus membros. Ele conta com fundos e US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões, emite títulos e capta recursos no mercado.

Já o fundo asiático e muito maior: dispõe de cerca de US$ 200 bilhões. “Temos que discutir os dois modelos”, disse Mantega. Segundo ele, o Brasil quer um meio-termo: um fundo regional menor que o asiático, mas mais robusto. “Estamos criando uma comissão dos países para estudar como fortalecer o Flar ou outros mecanismos”, disse o ministro. Segundo Mantega, para fazer parte desse fundo, o Brasil teria que ser convidado e pagar uma cota de aproximadamente US$ 500 mil.

Na reunião de amanhã, os ministros também discutirão formas de fortalecer o comércio regional e proteger o mercado sul-americano dos fluxos financeiros dos países desenvolvidos em crise que “não têm para onde ir e acabam criando volatilidade nos mercados latino-americanos” .

Mantega disse que a região está preparada para enfrentar a crise porque conta com reservas e tem sido favorecida pelos preços altos das commodities. Mas, mesmo assim, defende que a América do Sul deve tomar medidas de precaução. “Se as commodities continuarem com preços elevados, provavelmente não seremos afetados. Mas se elas perderem valor então haverá perdas nos países, e poderá haver consequências maiores”, declarou.


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