As bolsas europeias desaceleraram alta acumulada nas primeiras horas do dia na esteira do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, com informações de que a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, não vão discutir amanhã o tema da criação de um bônus europeu, ou eurobônus, como uma das soluções para a atual crise de dívida da zona do euro.
Analistas do Goodbody Stockbrokers disseram que o encontro entre Merkel e Sarkozy, assim como os anteriores, deve desapontar. "Para nós, a solução final para a crise na Europa terá de envolver uma baixa contábil da dívida soberana e os eurobônus", afirmaram. "Os eurobônus envolveriam a migração da responsabilidade pela política fiscal para o centro (da Europa), o que seria um passo muito grande politicamente para alguns países. Para que o euro sobreviva, entretanto, acreditamos que a introdução dos eurobônus seria necessária", disse a Goodbody.
O mercado está atento também aos números sobre o volume de títulos do governo da Itália e da Espanha comprados pelo Banco Central Europeu (BCE), que serão divulgados mais tarde. O BCE vai apresentar o balanço dos três primeiros dias da semana passada e analistas do Barclays Capital disseram que as compras de bônus devem ter somado entre 22 bilhões de euros e 25 bilhões de euros nesse período. Em toda a semana passada, o Barclays acredita que o BCE comprou 30 bilhões de euros.
Às 9h21 (de Brasília), o índice FT-100 da Bolsa de Londres subia 0,51% e o índice CAC-40 de Paris tinha alta de 0,68%; o índice Xetra-DAX, de Frankfurt, avançava 0,83%.
Mas alguns estrategistas pontuaram que, apesar da cautela demonstrada pelos mercados, os investidores irão em busca de papéis excessivamente baratos. Segundo analistas do JPMorgan Cazenove, o mercado de ações está excessivamente vendido e há muitos sinais de pânico. "Vendas indiscriminadas abriram grandes oportunidades", observaram. As informações são da Dow Jones.