Depois de acumular queda de 1,92% na semana passada, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta, sinalizando uma recuperação. Às 10h08, o índice Bovespa (Ibovespa) avançava 1,64%, aos 53.305 pontos. No entanto, ainda há dúvidas no mercado sobre a capacidade de sustentação do índice no campo positivo.
O fôlego do Ibovespa ao longo do dia vai depender do movimento das ações nos Estados Unidos e na Europa. Até as 10 horas (horário de Brasília), os principais índices europeus operavam em alta consistente, assim como os futuros de Nova
Um dos dados mais delicados do dia para as bolsas já foi divulgado nesta manhã nos EUA: o índice de atividade nacional do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de Chicago subiu para -0,06 em julho, ante o patamar de -0,38 em junho (dado revisado ante o -0,46 calculado anteriormente). Três das quatro categorias mais amplas de indicadores que compõem o índice melhoraram em julho. Entre eles, o indicador de produção industrial subiu 0,9% em julho ante junho e o de produção manufatureira também avançou. A categoria de vendas, encomendas e estoques, porém, teve queda. Após a divulgação do indicador do Fed de Chicago, os índices futuros de Nova York, que já subiam, aceleraram a alta.
O movimento das ações no Brasil ao longo do dia também dependerá dos investidores estrangeiros que, na semana passada, seguiram reduzindo os investimentos em renda variável. "Mas não dá para apostar mais em nada. Está tudo muito rápido. Quando você vê, a Bolsa que estava subindo já caiu", disse o operador ouvido pela Agência Estado. Relatório da UM Investimentos distribuído nesta manhã projeta um suporte de 51.100 pontos para o Ibovespa, do lado da baixa, e um teto de 55.050 pontos, do lado da alta.
Dólar
O dólar comercial abriu a segunda-feira em queda de 0,25%, a R$ 1,595, dando continuidade à desvalorização verificada na última sexta-feira. Naquele dia, a moeda norte-americana caiu 0,19% e encerrou a R$ 1,599 no mercado interbancário de câmbio. Às 10h06, o dólar comercial cedia 0,38%, a R$ 1,593. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar à vista tinha queda de 0,19%, cotado a R$ 1,595.
A vasta lista de indicadores de atividade que devem ser conhecidos nos EUA e na Europa no decorrer desta semana promete momentos de forte expectativa aos mercados e devem ser o destaque para as moedas.
Eua
Depois do pânico da semana passada, as Bolsas de Nova York abriram em alta. Às 10h31 (horário de Brasília), o índice Dow Jones subia 1,24%, o Nasdaq avançava 2,31%, e o S&P 500 tinha alta de 1,22%%.
Os investidores aguardam, principalmente, o discurso que será feito na sexta-feira pelo presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, durante simpósio em Jackson Hole. Os mercados esperam que Bernanke dê sinais sobre quais instrumentos poderá usar, se preciso, para estimular a economia dos Estados Unidos. Uma das alternativas poderia ser uma terceira rodada de compras em larga escala de títulos da dívida de longo prazo, um QE3, como é chamado na sigla em inglês.
Os investidores também estão atentos ao cerco dos rebeldes ao ditador Muamar Kadafi, na Líbia. Os rebeldes continuam avançando pela capital Trípoli, e Kadafi pode cair a qualquer momento. Segundo jornais, ele não controla mais de 10% a 15% da capital.
Na Europa, o clima segue de incertezas. Ontem, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, reiterou que é contra a emissão de eurobônus. "A política não pode e simplesmente não vai seguir os mercados. Os mercados querem nos forçar a fazer certas coisas, e isso não vai acontecer", afirmou.