Dezesseis grandes empresários que estão entre as maiores fortunas da França divulgaram um texto no qual pedem a "instauração de uma 'contribuição excepcional' que afetaria os contribuintes franceses mais favorecidos" para reduzir o déficit orçamentário. "Em um momento em que o governo pede a todos um esforço de solidariedade, nos parece necessário contribuir para o mesmo", afirma a carta publicada no site da revista Nouvel Observateur e na edição que chegará às bancas na quinta-feira.
O pedido é assinado por Jean-Paul Agon, presidente da L'Oréal; Antoine Frérot, da Veolia Environnement; Denis Hennequin, da Accor; Marc Ladreit de Lacharrière, presidente da Fimalac, e Maurice Lévy, da Publicis. Além deles também assinam Christophe de Margerie, diretor da Total; Frédéric Oudéa, do Société Générale; Jean Peyrelevade, presidente da Leonardo France; Franck
Completam a lista o presidente da Meetic, Marc Simoncini; Jean-Cyril Spinetta, presidente do conselho de administração da Air France-KLM e do conselho de vigilância de Areva; Philippe Varin, presidente da diretoria da PSA Peugeot-Citroën; Claude Perdriel, presidente do conselho do Nouvel Observateur; e Liliane Bettencourt, acionista da L'Oréal.
De acordo com os signatários, a contribuição deve ser calculada em "proporções razoáveis" para evitar os efeitos econômicos indesejáveis como a fuga de capitais ou o aumento da evasão fiscal. "Não se trata de uma solução em si mesma: deve integrar um esforço mais geral da reforma, tanto sobre os gastos como sobre a arrecadação".
Maurice Lévy, que é também presidente da Associação Francesa de Empresas Privadas (AFEP), foi o primeiro empresário na França a defender uma "contribuição excepcional" das pessoas de maior renda, algo similar com um pedido do bilionário americano Warren Buffett. Pierre Bergé, ex-diretor da marca Yves Saint Laurent, e Geoffroy Roux de Bézieux, presidente da Virgin Mobile, seguiram o exemplo.