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Estado de Minas

Mantega descarta desoneração total para setor produtivo

No Plano Brasil Maior, o governo anunciou desoneração da folha de pagamentos para móveis, calçados e têxtil (para 1,5% do faturamento) e de 2,5% no caso do setor de informática


postado em 23/08/2011 15:27 / atualizado em 23/08/2011 16:03

Provocado pelo senador Francisco Dornelles (PP-RJ) sobre se o melhor para o setor produtivo não seria a desoneração total da produção, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira na audiência no Senado que a proposta é inviável. "Eu gostaria de ter essa condição, mas não chegamos ainda a essa condição, por isso fizemos a desoneração parcial", disse Mantega.

Conforme o ministro, seria arriscado promover uma ação desse tipo, pois ele seria a primeira pessoa a ser cobrada por um possível desequilíbrio das contas públicas. "Não podemos simplesmente desonerar a folha de pagamentos, pois o custo seria de R$ 95 bilhões", calculou. No Plano Brasil Maior, o governo anunciou desoneração da folha de pagamentos para móveis, calçados e têxtil (para 1,5% do faturamento) e de 2,5% no caso do setor de informática.

Mantega também ouviu de senadores que o governo nunca arrecadou tanto quanto atualmente. "O governo nunca teve tanto dinheiro e nem tanta despesa. É proporcional", argumentou. Ele enfatizou, porém, que o aumento da arrecadação se dá pelo nível de atividade e de formalização da economia. "Por isso, temos tido espaço para desonerações", disse.


Dilma

A presidente Dilma Rousseff está a par de toda a avaliação da equipe econômica do governo sobre a crise financeira internacional e seus impactos sobre o Brasil, segundo o ministro da Fazenda. "Eu e a presidente conversamos sobre isso todos os dias, estamos afinados", afirmou durante a audiência pública na CAE do Senado, quando questionado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) sobre se o discurso do ministro é diferente do apresentado pelo governo.

Mantega voltou a dizer que há, sim, preocupação com a economia mundial, que está piorando. Ele citou mais uma vez que prevê aumento da guerra cambial, que isso prejudicará a produção manufatureira e que levará a uma política mais expansionista dos Estados Unidos. "O Brasil está mais sólido do que em outras ocasiões. Haverá, no entanto, consequências: vamos ter mais competição, menos mercados, e os preços de commodities podem até cair", pontuou.

A avaliação do ministro sobre sua apresentação no Senado é a de que apresentou um cenário realista. "Não fizemos nenhum discurso ufanista. Fui realista", disse. "Não falei que estamos imunes, mas, sim, que estamos mais preparados do que outros países para responder a uma crise que poderá ser melhor ou pior. Em 2008, a história foi parecida", comparou, salientando, porém, que a crise deve ser mais crônica agora do que foi a de 2008.


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