A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu perto da estabilidade, com investidores divididos diante das incertezas da economia global, principalmente dos Estados Unidos. No início da tarde desta quarta-feira, a bolsa apresenta baixa de 0,54% e atinge 53.498 pontos, com volume financeiro de R$ 1,959 bilhão. Às 11h38, a bolsa já havia invertido a tendência e operava com alta de 0,10%, aos 53.838 pontos, acompanhando as bolsas nos Estado Unidos. E às 10h11, o índice Ibovespa caía 0,28%, aos 53.637 mil pontos.
"Os mercados continuarão na 'briga' entre os que estão comprando com expectativas de algum anúncio na sexta-feira e os mais céticos, que acreditam que virá nada muito além do que já foi anunciado", resume o analista da Um Investimentos, Eduardo Oliveira, em relatório.
O possível anúncio de sexta-feira se refere ao discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, durante simpósio em Jackson Hole. Os mercados esperam que Bernanke dê sinais sobre quais instrumentos poderá usar para estimular a economia dos Estados Unidos, como uma nova rodada de afrouxamento quantitativo.
O economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante, alerta que se nada de novo vier do simpósio em Jackson Hole, será despejado um balde de água fria sobre os investidores, e os mercados, frustrados, tendem a corrigir "os exageros". Contudo, "se vier, um novo estímulo pode não resolver nada", completa, acrescentando que, nesse cenário, as incertezas continuariam.
Dessa forma, um operador sênior de uma corretora paulista argumenta que é complicado falar em uma direção única para a Bolsa ao longo do dia, com a volatilidade reinando nos negócios locais. "O Ibovespa vai oscilar entre o topo aos 55 mil e o piso nos 51 mil pontos", avalia, sem descartar distorções fortes entre esses níveis durante a sessão.