O Fórum para a Cooperação da América Latina e Leste da Ásia (Focalae), cujos países representam 32,4% da economia mundial, pediu nesta quinta-feira o fortalecimento da cooperação regional para fazer frente à crise global. Os chanceleres da Argentina, Héctor Timerman, e da Indonésia, Marty Natalegawa, destacaram a necessidade de ampliar a cooperação entre as duas regiões frente aos novos desafios criados pela crise mundial, na abertura da V Reunião de ministros de Relações Exteriores do Focalae.
"Enfrentamos problemas e desafios não tradicionais, não convencionais. Existe uma necessidade de cooperação interregional", destacou Natalegawa, que preside juntamente a seu colega argentino a reunião ministerial a portas fechadas no Palácio San Martín, da chancelaria argentina.
Por sua vez, Timerman destacou a "necessidade de ações concretas para fortalecer os vínculos políticos e econômicos entre as duas regiões". Natalegawa, cujo país exerce a presidência interina da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), instou a "abordar de forma ampla muitos destes problemas, como a crise econômica, a crise financeira, a segurança alimentar, o meio ambiente".
Pediu também para "não serem omissos para identificar oportunidades para nós mesmos dentro da Focalae" e fazer do
Estas 36 nações representam um conjunto de 32,4% da economia mundial. O comércio entre ambas as regiões quadruplicou nos últimos dez anos. "Este fórum nos permite visualizar a oportunidade oferecida por muitos desses desafios. Esperamos encontrar formas para que os países do Focalae possam agregar valor a esses debates" e "contribuir em debates do G20 (Grupo dos 20) e da ONU", declarou o chanceler indonésio.
Oito das 36 nações da Focalae integram o G20, incluindo Argentina, Brasil e México, os três únicos países latino-americanos a fazer parte do grupo das nações mais desenvolvidas. "Esta crise (mundial) tem, entre outras, uma causa fundamental que é a ruptura do equilíbrio das sociedades e no mundo", disse a presidente argentina, Cristina Kirchner, ao receber na quarta-feira na Casa Rosada (sede governamental) os diplomatas do Focalae.
Kirchner citou o caso dos Estados Unidos, onde "1% da sociedade controla 40% da economia e fica com 25% do Produto Interno Bruto". Em meio ao Focalae, os chanceleres condenaram "contundentemente" o ataque de grupos armados contra a embaixada da Venezuela na Líbia, denunciada na quarta-feira em Caracas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Os países da América Latina que fazem parte do Focalae são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, e os recém-incorporados Suriname e Honduras. Os do Leste da Ásia e Oceania são Austrália, Mianmar, Brunei, Camboja, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Filipinas, Singapura, Tailândia, Laos, Malásia, Mongólia, Nova Zelândia e Vietnã.