O Banco Intermedium decidiu apostar mais fichas no crédito imobiliário. A instituição financeira acaba de receber confirmação do Banco Central para aporte de R$ 100 milhões no capital. O dinheiro vai ser aplicado principalmente na carteira imobiliária, que deve chegar a R$ 80 milhões neste ano, o dobro do valor de 2010. “Acreditamos que o empréstimo imobiliário vai ser o segmento com o maior crescimento no Brasil nos próximos anos”, afirma João Vitor Menin Teixeira de Souza, diretor-executivo do banco.
Com o aporte financeiro, o patrimônio do Intermedium vai chegar a R$ 256 milhões. O novo capital vai permitir ao banco fazer mais R$ 1 bilhão em novos contratos imobiliários, segundo Souza. O montante é suficiente para financiar cerca de 10 mil unidades, com tíquete médio de R$ 100 mil.
Cerca de 20% dos negócios do Intermedium hoje acontecem na área de crédito imobiliário. O restante é de crédito consignado e empréstimo para pequena e média empresa. O diretor do banco acredita que no prazo de dois a três anos o empréstimo imobiliário vai responder por cerca de 60% dos negócios da instituição.
O diretor-presidente da MRV Engenharia, Rubens Menin, é também presidente do conselho do Intermedium. Ele acredita que a experiência na área pode ajudar a alavancar o segmento de empréstimo habitacional do banco. A construtora deve comercializar 45 mil unidades habitacionais neste ano e crescer 20% em relação a 2010. Menin descarta possibilidades de bolha no segmento imobiliário, que já dá sinais de recuo no avanço dos preços das unidades. “O preço subiu muito no passado porque tinha pouca oferta de unidades habitacionais”, diz.
O Intermedium espera que a carteira total de empréstimos chegue a R$ 400 milhões neste ano, o dobro de 2010. No ano passado, o aumento de R$ 24 milhões no capital em junho permitiu alavancar a carteira de crédito consignado e de empréstimo para pequena e média empresa.
Desenvolvimento
Rubens Menin acredita que um sistema financeiro forte é a maior arma contra a crise financeira. Segundo ele, os financiamentos imobiliários de todas as instituições no Brasil somam hoje apenas 5% do Produto Interno Bruto (PIB), e o número deve atingir 11,4% em 2014. “A construção civil é um dos pilares da economia do país, gerando emprego e renda. As instituições financeiras têm que se preparar para atender a demanda por esse tipo de crédito”, diz.
Souza ressalta ainda que o crédito imobiliário é um ativo com baixo nível de inadimplência. A instituição ingressou nesse setor há quatro anos. Ele explica que, com o novo aporte de recursos, a relação entre patrimônio líquido por ativos ponderados pelo risco (índice de Basileia) do banco subirá de 22% para 31%, sendo que o mínimo exigido pelo Banco Central é de 11%. No primeiro semestre de 2011, o volume da carteira ativa do Intermedium saltou para R$ 687 milhões, contra R$ 344 milhões no primeiro semestre de 2010. A captação dos certificados de depósitos bancários (CDB's) e as letras de crédito imobiliário (LCIs) do banco passou de R$299 milhões, no primeiro semestre de 2010, para R$ 612 milhões no mesmo período de 2011, alta de 105% .