O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, afirmou nesta sexta-feira que a crise internacional iniciada em 2008 é tão séria que deve demorar cerca de cinco anos para ser encerrada, quando os países centrais devem mostrar um ritmo de expansão mais favorável. "Não é normal pensar que os Estados Unidos ficarão tanto tempo frágeis", comentou, durante o 5º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais. "Se isso acontecer, no entanto, vai provocar um desequilíbrio no mercado monetário do mundo, pois eles (EUA) têm a moeda mais forte do planeta", completou.
Para Holland, com a crise internacional de 2007 e 2008 e seus desdobramentos atuais, os economistas do mundo devem fazer um exercício de reflexão e reconhecer que a capacidade de projeção é muito limitada. "É preciso ter humildade e baixar a bola", afirmou.
Brasil
Segundo ele, o Brasil mostrou vigor macroeconômico nos últimos anos e mudou seu conceito internacional perante investidores, o que é representado, por exemplo, na queda substancial nas taxas de Credit Default Swap (CDS) nos últimos dois anos. "Isso foi muito interessante, pois o CDS do Brasil está abaixo, inclusive, do registrado por alguns países centrais", resumiu. O CDS é uma espécie de seguro usado por investidores como proteção contra o risco de o devedor não ter condições de quitar suas obrigações.
Crise de terceira geração
Holland afirmou que o mundo está enfrentando uma crise conhecida pela literatura econômica como de terceira geração, que atinge com força os países centrais a ponto de fazer com que suas autoridades tenham problemas sérios para encontrar soluções de ordem fiscal e monetária. "As autoridades dos países desenvolvidos se tornaram loucas. Crise internacional é fruto de erros de políticas econômicas, como juros muito baixos e mercados com pouca regulação", disse.