Os mercados europeus e americano caíram após discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, que não deu nenhum sinal de novas medidas de estímulo, enquanto o dólar continua a cair. Wall Street operava em baixa, com o Dow Jones Industrial Average em queda de 1,5% alguns momentos depois de ter ficado claro que o Fed não atuará novamente para tentar impulsionar a apática economia americana.
No entanto, mais tarde as ações tiveram uma retomada, com o Dow subindo 0,97%, para 11.258,05 pontos às 16h00 GMT (13h00 de Brasília), enquanto o S&P 500 subiu 1,07%, para 1.171,65 pontos e o índice Nasdaq, com forte peso em tecnologia, subiu 1,86% para ficar em 2.464,58 pontos.
Os mercados europeus também caíram imediatamente depois do discurso de Bernanke, mas limitaram as perdas na hora final do pregão. O London's FTSE 100 terminou em queda de apenas 0,02%, a 5.129,92 pontos, enquanto em Paris, o CAC 40 caiu 1%, para 3.087,64 pontos, e o DAX de Frankfurt perdeu 0,84%, para 5.537,48 pontos.
Nos demais mercados da Europa, as ações de Bruxelas e Suíça caíram 0,47%, Amsterdã perdeu 0,67%, Lisboa, 0,74%, Milão,
Bernanke não anunciou nenhuma medida de estímulo do Fed em seu discurso realizado em uma conferência de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming, e em vez disso pediu que os líderes governamentais ajam para colocar a população de volta ao trabalho.
Ele afirmou, no entanto, que o Fed ainda conta com uma série de ferramentas monetárias que podem ajudar a economia, que serão analisadas em uma reunião de política monetária em setembro. "A reação inicial para os comentários de Bernanke foi de decepção", disse Hugh Johnson, da Hugh Johnson Advisors.
"Mas uma abordagem mais sóbria e sensível de seus comentários foi feita mais adiante - concluindo que não havia surpresa em seu discurso, nada era inesperado, então o mercado retornou para onde estava antes". Bernanke afirmou esperar crescimento dos Estados Unidos no segundo semestre, depois de um primeiro semestre no qual a expansão foi quase imperceptível.
Sua previsão otimista, contudo, chega em um momento em que os dados oficiais mostram que a economia americana cresceu menos que o esperado no segundo trimestre, com uma expansão de 1% em relação ao trimestre anterior. O Departamento do Comércio estimou inicialmente avanço de 1,3% durante o período de abril e junho.
Nos mercados asiáticos, Tóquio fechou em alta de 0,29% nesta sexta-feira, depois de o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, ter feito um longo pronunciamento, no qual afirmou que deixará o cargo de presidente do Partido Democrático do Japão, encerrando também suas funções como premier do país. Um novo primeiro-ministro, o sexto do país em cinco anos, deverá ser eleito na semana que vem.