Com a intenção de reforçar a capacidade brasileira para transmissão de dados e imagens para a Copa do Mundo de 2014, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) leiloou nesta terça-feira quatro posições orbitais de satélites, por R$ 254,4 milhões no total. A última posição orbital licitada pelo Brasil, em 2007, havia sido vendida por apenas R$ 4,5 milhões.
"O fato de o País estar crescendo no setor de telecomunicações fez com que os proponentes acreditassem que haverá grande necessidade por capacidade de transmissão no futuro. O valor mostra que nós somos um grande mercado", avaliou o gerente-geral de satélites da Anatel, João Carlos Albernaz.
Duas empresas arremataram duas vagas no céu, cada, e poderão explorar o direito de uso do espaço por 15 anos, prorrogáveis por igual período. Os satélites a serem instalados nas posições orbitais leiloadas terão que cobrir todo o território brasileiro com 25% a 50% dos transponders dedicados a transmissões para o País.
A primeira das quatro posições orbitais foi licitada por R$ 145 2 milhões pela a HNS Americas, companhia integrante do grupo americano Hughes, que já opera mais de 20 satélites ao redor do globo. O valor da proposta representou um ágio de 3.579% sobre o valor inicial de R$ 3,954 milhões.
A melhor oferta inicial na primeira etapa do leilão havia sido da própria HNS, de R$ 83,2 milhões, mais do que o dobro da segunda melhor proposta, da Sky, de R$ 40 milhões. As duas empresas seguiram a disputa e, após sete rodadas de lances, a Sky desistiu de apresentar nova oferta.
A HNS ainda arrematou a quarta posição licitada no dia, por R$ 35,219 milhões, valor 792,5% superior ao valor mínimo estipulado pela Anatel. Os direitos para a exploração das outras duas vagas - segunda e terceira, pela ordem de leilão - foram adquiridos pela Star One, do grupo Embratel, por R$ 37 milhões cada uma. Em ambas, o ágio alcançado foi de 837,7%.
Sete companhias participaram do leilão, incluindo grandes grupos internacionais como a Intelsat, que possui uma frota de 54 satélites e a SES DTH, cujo grupo controlador possui 44 satélites em operação. Nem a HNS, nem a Star One comentaram suas vitórias no processo.