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Estado de Minas

Comércio internacional desacelera no 2º trimestre, informa OCDE


postado em 31/08/2011 14:53 / atualizado em 31/08/2011 15:08

O comércio dos países industrializados do G7 e dos grandes emergentes (Brics) sofreu uma forte desaceleração no segundo trimestre, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela OCDE que confirmam a preocupação sobre o dinamismo da economia mundial.

A deterioração tem, no entanto, duas exceções: China e Brasil, onde os fluxos comerciais cresceram com força nesse período. Mas o panorama geral é aflitivo: as importações totais do G7 e dos Brics cresceram apenas 1,1%, depois de um aumento trimestral de 10,1% em janeiro-março, informou a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

Quanto às exportações totais de ambos os blocos, estas subiram 1,9% no segundo trimestre do ano em relação ao primeiro, quando cresceram 7,7%. No segundo trimestre, as importações do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Canadá) e dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) totalizaram 2,37 bilhões de dólares e as exportações, 2,22 bilhões de dólares.

No primeiro trimestre, as importações desses dois blocos chegaram a 2,35 bilhões de dólares; e as exportações, a 2,18

bilhões de dólares. Nos Estados Unidos, as importações subiram apenas 3% entre abril e junho, depois de terem crescido 11,1% no primeiro trimestre, e as exportações aumentaram 2,6%, frente a um aumento de 5,6% entre janeiro e março.

O déficit comercial americano elevou-se assim para 194 bilhões de dólares no segundo trimestre contra 187,3 bilhões no primeiro. Trata-se do maior déficit comercial, de longe, dos países estudados neste relatório. Na China, as importações também se desaceleraram muito, caindo 0,7% em relação ao primeiro trimestre, mas as exportações tiveram uma recuperação impressionante de 10%, depois de terem crescido apenas 2,9% em janeiro-março.

Estes resultados contribuíram para aumentar exponencialmente o superávit comercial chinês para 54,8 bilhões de dólares, frente aos 14,4 bilhões do primeiro trimestre. E darão sem dúvida argumentos aos países do G7, que exigem que a potência asiática aumente suas importações para reduzir os desequilíbrios financeiros mundiais.

As exportações brasileiras também tiveram um aumento de 11,2%, a 84,9 bilhões de dólares, depois de terem subido 5,7% no trimestre anterior (79,1 bilhões de dólares). As importações aumentaram 11,15%, a 60,8 bilhões de dólares. A balança comercial brasileira apresenta um superávit de 24,1 bilhões de dólares, frente aos 24,5 bilhões do primeiro trimestre de 2011, e quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado (13,5 bilhões de dólares).

A desaceleração das economias industrializadas já tem um impacto na América Latina, advertiu nesta terça-feira a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), órgão técnico da ONU com sede em Santiago, que rebaixou de 4,7% para 4,4% sua projeção de crescimento regional para este ano.

"A complexa situação atual dos países desenvolvidos, especialmente Estados Unidos e Europa, está começando a afetar as nações emergentes e poderá traduzir-se em um menor ritmo de aumento das exportações a esses mercados durante 2012. O impacto específico dessa desaceleração dependerá do tipo de produtos exportados e dos mercados aos quais se dirigirem", explicou a Cepal.

A entidade destacou que "o intercâmbio Sul-Sul", liderado pela China e pelo restante da Ásia emergente é atualmente o principal motor do crescimento do comércio mundial e instou as nações da América Latina a aumentar seus contatos com a Ásia.


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