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Estado de Minas

IBGE: alta do IPP não significa pressão maior no IPCA

"Os alimentos puxaram para cima, mas os outros produtos químicos puxaram para baixo", disse Alexandre Brandão


postado em 01/09/2011 11:59 / atualizado em 01/09/2011 12:39

A alta de 0,07% no Índice de Preços ao Produtor (IPP) em julho ante junho, após uma queda de 0,65% na leitura anterior, não significará uma pressão maior no atacado e, consequentemente, na inflação ao consumidor, afirmou nesta quinta-feira Alexandre Brandão, gerente do índice na Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registra uma alta de 6,87% em 12 meses até julho. No mesmo período, a inflação medida pelo IPP acumula uma alta de 4,87%.

"O IPCA tem várias outras variáveis que não existem no IPP. Tem a taxa de serviços, a de importação. O IPP é a produção interna da indústria. Então, a gente não pode fazer esse elo direto", explicou Brandão.

O gerente do IBGE também salientou que o impacto da valorização cambial é maior em alguns setores medidos pelo IPP, ao contrário do que ocorre no IPCA. "No IPP, há setores em que o dólar é fundamental, setores que são mais abertos", contou. O IPP mede a evolução dos preços de produtos "na porta de fábrica", sem impostos e fretes, de 23 setores da indústria de transformação.

Alimentos e outros produtos químicos

O impacto da alta 1,35% nos preços dos alimentos em julho no IPP foi reduzida pelo recuo de 2,21% do setor de outros produtos químicos, informou hoje o IBGE. Enquanto a alta dos alimentos teve uma contribuição positiva de 0,24 ponto porcentual na formação do índice, a queda dos outros produtos químicos teve impacto negativo de 0,25 ponto.

De acordo com o gerente do IPP, os resultados dos setores de bebidas e calçados e artigos de couro acabaram sendo determinantes para a leve alta do índice em julho.

"Os alimentos puxaram para cima, mas os outros produtos químicos puxaram para baixo, então esses movimentos quase que se compensaram. O resultado final vai se dever à fabricação de bebidas e preparação de couros e peles", disse Brandão.

O gerente do IBGE explicou ainda que a alta dos alimentos foi puxada basicamente pelo preço do açúcar, que aumentou em razão da maior demanda, apesar do período da safra. Já a queda em outros produtos químicos é causada por uma maior oferta dos produtos polipropileno, etileno e propeno em nível mundial, o que fez os preços caírem.

No caso das bebidas, que subiram 1,89% em julho, com impacto de 0,05 ponto porcentual no IPP, a explicação está no início da cadeia produtiva. "O xarope para preparação de bebidas subiu, o que também repercutiu na fabricação dos refrigerantes", contou Brandão.

Em relação aos artigos de couro, a principal razão do aumento de 2,65% em julho, com impacto de 0,04 ponto porcentual no IPP, foi o aumento de preços em dólar do couro. "Os produtores conseguiram vender o couro no mercado internacional em dólar com valor maior do que no mês anterior. Foi uma negociação de preço. A alta do preço em dólares compensou a valorização cambial no período, que foi mais branda", disse o gerente do IBGE.


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