A ministra de Orçamento da França, Valérie Pécresse, disse que o país deixará de emprestar à Grécia se os gregos não cumprirem o que foi previsto no pacote de resgate. "O plano possui dois aspectos, o auxílio à Grécia com as garantias e também o plano de recuperação grego. Eles possuem programas de privatização, de cortes nos gastos e de taxação da renda. A Grécia precisa se esforçar, caso contrário não emprestaremos", disse ela durante uma entrevista à rede de televisão francesa M6.
No início do mês, as negociações entre o governo da Grécia e credores internacionais tiveram de ser adiadas por falta de acordo entre as partes a respeito da necessidade de mais medidas de austeridade fiscal no país. No sábado, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, disse que as metas orçamentárias serão cumpridas e que as reformas, ainda que difíceis, continuarão.
Pécresse afirmou também que a França não vai acelerar o cumprimento da meta de redução do déficit orçamentário porque isso poderia prejudicar o crescimento e o mercado de trabalho. O governo da França assumiu o compromisso de cortar o déficit de uma taxa equivalente a 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 4,6% do PIB em 2012, chegando em 2013 ao limiar imposto pelos tratados europeus, de 3%.
"Poderíamos adotar um plano enorme de austeridade hoje, cortando pensões e salários de servidores civis, e teríamos 3% imediatamente. Mas isso quebraria o crescimento e aumentaria o desemprego", avaliou. Ela reconheceu que há uma "crise de confiança" nos mercados, que estão passando por um período de turbulência.