As principais bolsas europeais encerraram a segunda-feira em forte queda, influenciadas por temores de que a Grécia declare o calote de sua dívida e contamine os bancos europeus mais expostos a sua economia, especialmente os franceses. A sessão de Paris foi a mais castigada, com perdas de 4,03%. O índice CAC 40 fechou o dia a 2.854,81 pontos, seu nível mais baixo desde abril de 2009.
Além do temor do calote grego, uma notícia divulgada pelo Wall Street journal dizendo que a agência Moody's estaria prestes a rebaixar a qualificação de risco de bancos franceses fez os papeis das instituições financeiras recuarem fortemente. O Société Générale caiu 10,75%, o BNP Paribas 12,35% e o Crédit Agricole fechou o dia em baixa de 10,64%.
Em Frankfurt, o índice Dax caiu 2,27%, fechando a 5.072,33 pontos, após chegar a ficar durante a sessão abaixo do patamar psicológico de 5.000 pontos. Em Milão, o índice FTSE Mib perdeu 3,89%, a 13.474 pontos, seu nível mais baixo desde 10 de março de 2009, puxado pelos dois maiores bancos: o UniCredit perdeu 10,91%, e Intesa Sanpaolo recuou 9,54%.
O seletivo índice de Madri, IBEX 35, recuou 3,41%, fechando a 7.640,7 pontos, seu nível mais baixo
Além dos temores sobre o setor financeiro e sobre o calote grego, o crescimento mundial também ficou em pauta nesta segunda-feira depois de a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) afirmar nesta segunda-feira que há uma "desaceleração generalizada" nas maiores economias mundiais.
"As bolsas se preparam para um início de semana difícil na Europa", disse o analista de IG Markets, Cameron Peacock. Na esteira dos recuos europeus, a Bolsa de Nova York também seguia em baixa, com o Dow Jones e o Nasdaq indicando quedas de 1,09% e 1,03%, respectivamente, no início da sessão.
As bolsas asiáticas também recuaram na segunda-feira. Tóquio caiu 2,31% e o índice Nikkei registrou seu nível mais baixo em 29 meses, fechando a 8.535,67 pontos. Hong Kong perdeu 4,21%. Todas as notícias pesaram sobre o euro, que chegou a cair a 1,35 dólar por unidade, estabelecendo seu menor patamar desde 16 de fevereiro.
Nas operações asiáticas, a moeda única europeia caiu a 103,90 ienes, seu valor mais baixo desde junho de 2001. A preocupação sobre a situação econômica nos Estados Unidos e na Europa pesava também nos preços do petróleo.
O barril de West Texas Intermediate (WTI, denominação do "light sweet crude" negociado nos Estados Unidos) para entrega em outubro perdia 40 centavos durante a sessão, a 86,84 dólares, após ter recuado quase dois dólares na sexta-feira. Em Londres, o barril de Brent do mar do Norte, também para outubro, recuava 76 centavos, a 111,53 dólares.