Algumas regiões da Espanha - um dos países tidos como mais vulneráveis à crise da Zona Euro - não conseguirão alcançar a meta de déficit fixada para este ano pelo governo de Madri, mesmo com as novas medidas aprovadas pelo país para reativar a venda de moradias, considerou nesta segunda-feira a agência de qualificação financeira Moody's.
Doze das 17 regiões espanholas (Comunidades Autônomas) ultrapassaram no primeiro semestre de 2011 a meta de déficit orçamentário fixada pelo governo e devem fazer esforços adicionais, havia anunciado na quinta-feira a ministra de Economia espanhola, Elena Salgado.
O executivo de Madri fixou para as regiões uma meta de déficit orçamentário de 0,75% do PIB para o primeiro semestre e de 1,3% para o conjunto do ano. O déficit acumulado dos 17 governos regionais alcança já 1,2% do PIB no primeiro semestre.
"Um resultado tão ruim mostra que os governos regionais não são capazes de limitar suficientemente seus gastos para poder atenuar seus déficits estruturais", disse a nota da Moody's. Isso "confirma nossa opinião segundo a qual os governos regionais não alcançarão os objetivos de déficit que acordaram com o governo central", disse a agência de qualificação.
No dia 29 de julho, a Moody's já havia rebaixado as notas de seis Comunidades Autônomas, devido à "deterioração de sua situação orçamentária e sua dívida". Segundo a Moody's, a nova medida decidida por Madri para reativar as vendas de moradias, que prevê uma queda do IVA de 8% a 4% para a compra de casas novas e que deve ser efetivada até o final do ano, "poderá ajudar" a controlar os déficits no segundo semestre.
Contudo, ainda assim, "será difícil compensar os resultados negativos do primeiro semestre", adverte a agência.