Uma operação que envolve Polícia Militar e Ministério Público busca nesta terça-feira suspeitos de produção e venda ilegal de carvão em Minas Gerais. Segundo a polícia, eles são membros de uma conhecida família de empresários da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que se tornou alvo de nova etapa da Operação Corcel Negro II. A suposta quadrilha é acusada de produzir e comercializar ilegalmente carvão vegetal em diversas cidades do estado. Os prejuízos já ultrapassam R$ 60 milhões.
A operação, coordenada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em parceira com a Secretaria de Estado de Fazenda (SEF) e Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), executa seis mandados de busca e apreensão em 15 empresas pertencentes ao grupo, localizadas em Belo Horizonte, Sete Lagoas, Matozinhos, Juatuba, Matheus Leme e Capim Branco. As companhias atuam nos mais diversos setores, como siderurgia, construção, agricultura e também táxis aéreos. As empresas da família foram sequestradas em medida cautelar, bem como contas bancárias, imóveis e veículos dos envolvidos.
Segundo o MP, os prejuízos ambientais causados pela quadrilha foram calculados em 48 mil metros cúbicos de carvão vegetal de origem ilícita, que correspondem ao desmate irregular de 15 mil hectares de cerrado. De acordo com as investigações, o grupo falsificava notas fiscais e outros documentos destinados à fiscalização ambiental que servem para legitimar o transporte e comércio de carvão vegetal, com a ajuda de funcionários de órgãos públicos.
Investigação
Durante a investigação e desdobramento da Operação Corcel Negro, realizada em 22 de julho de 2011, quando 17 pessoas forma presas no estado pelo mesmo crime de produção de carvão ilegal, foi descoberto que uma siderúrgica está em nome de laranjas. Segundo a polícia, os reais proprietários são membros da família mineira Gontijo, conhecida no ramo empresarial. Essa organização possui inclusive empresa em paraíso fiscal, conforme informou o Ministério Público.