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Estado de Minas

PIB mineiro cresce acima da média nacional com alta de 3,4% no 2º trimestre

Confirmando tendência anunciada no final de 2010, economia continua crescendo, mas sofre desaceleração


postado em 13/09/2011 15:19 / atualizado em 13/09/2011 18:53

O Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais registrou taxa de crescimento real de 3,4% no segundo trimestre de 2011, em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da Fundação João Pinheiro. Mesmo com a evidente desaceleração do crescimento da economia em todo o mundo nos dois primeiros trimestres do ano, a taxa do PIB mineiro de abril a junho superou em 0,3% o resultado nacional, que foi de 3,1% no mesmo período.

A taxa de crescimento estadual também foi superior à nacional nos seis primeiros meses do ano: enquanto o PIB de Minas Gerais apresentou expansão de 4,4%, o brasileiro cresceu 3,6%. De acordo com o estudo, a contenção do crédito, a elevação da taxa de juros, a valorização da taxa de câmbio e a estagnação econômica nos Estados Unidos e na Europa foram fatores determinantes para a desaceleração econômica mundial.


Setores

Em termos de valor adicionado bruto, a Agropecuária foi o único grande setor que apresentou decréscimo de -1,1% no segundo trimestre de 2011. Já a Indústria registrou mais uma vez queda em seu ritmo de expansão, com crescimento de apenas 2,5% em relação ao segundo trimestre do ano anterior.

O diretor do Centro de Estatística e Informações (CEI), Frederico Poley, esclarece que a redução nas taxas da agropecuária está ligada à sazonalidade de safras como a do café, que obedece a um ciclo de bianualidade. Poley afirma que, ainda assim, deve-se levar em conta a queda das exportações nacionais. “De forma geral no Brasil, as exportações estão começando a sentir o declínio do dinamismo internacional”, observa.

Em movimento contrário, o setor de serviços, impulsionado pelo comércio, obteve crescimento do valor adicionado bruto de 4,6% no período de abril a junho em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de doze meses, o setor de serviços cresceu 5,7%, sendo que o crescimento do comércio foi de 9,8%. De acordo com o pesquisador do CEI, Reinaldo Morais, a alta do comércio no país foi de 3,4%. "A Região Metropolitana de Belo Horizonte tem a menor taxa de desemprego entre as outras do país. Esse dado reflete na significativa alta do comércio mineiro, já que as famílias ainda não sentiram a crise e continuam consumindo", explica. 


A Construção Civil apresentou crescimento de 8,5% no período, taxa mais alta para o setor nos quatro últimos trimestres. Segundo Reinaldo Morais, a alta do setor no país foi de 2,1%. "Os dados mineiros foram puxados pelo alto consumo de cimento no Estado", revela. Houve, ainda, crescimento de 0,8% na indústria de transformação e decréscimo de -0,7% na atividade de extração mineral.

Perspectivas


O estudo aponta que, para os próximos trimestres, embora a tendência seja de desaceleração da economia, as taxas de crescimento do estado devem continuar positivas.  “A desaceleração pode ocorrer porque setores como o comércio e a construção civil ainda não sentiram os impactos da crise. Caso a taxa de câmbio continue desfavorável, a tendência é que as exportações diminuam”, explica Reinaldo Morais. “Há também uma tendência de redução das taxas de juros, que serão alvo de políticas de contenção da crise, como o aumento do superávit primário e a contenção de gastos públicos, por parte dos governos federal e estadual”, conclui.



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