O ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Carlos Lupi, estimou nesta quarta-feira que o saldo de empregos formais neste ano ficará dentro de um intervalo de 2,7 milhões a 3 milhões. A meta do governo era criar 3 milhões de vagas com carteira assinada. No entanto, na semana passada, o ministro já admitiu que dificilmente atingiria esse alvo. "Será um pouquinho menos que os 3 milhões que eu previa", considerou hoje Lupi, durante entrevista à imprensa.
No ano passado, foram gerados 2,54 milhões de empregos com carteira assinada e servidores públicos. "Tivemos um acréscimo de 400 mil postos com a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) no ano passado, que teve o impeditivo de contratações por causa da eleição. Este ano, deve haver mais", afirmou.
Carlos Lupi acrescentou que os meses de setembro e outubro devem trazer resultados "muito bons" para a geração de empregos com carteira assinada no País. "Não tem nenhum sintoma de diminuição de empregabilidade", disse. "Se houvesse demissões, seria um sinal de alerta", falou, enfatizando que tanto o volume de contratações quanto de demissões foram recordes para meses de agosto.
Incomodado com os jornalistas voltando a insistir de que há uma clara tendência de desaceleração do mercado de trabalho, o ministro afirmou: "Há diminuição, mas não recessão. Não há uma queda abrupta", assegurou. Ele acrescentou que o crescimento do emprego no acumulado deste ano em relação aos estoques de empregos de dezembro de 2010 foi de 5,08%. "Isso é mais que a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), de 4%", comparou.
Resultado mensal
Carlos Lupi afirmou que o resultado de geração de vagas formais em agosto foi o menor para o mês dos últimos três anos. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados mais cedo, foram criados 190.466 postos - já descontadas as demissões - no período. Em 2010, o saldo foi de 299.415 vagas e, em 2009, de 242.126. Em 2008, o Brasil gerou 239.123 empregos com carteira assinada e, no ano anterior, 133.329.
Lupi destacou, porém, que o resultado visto no mês passado ficou acima da média obtida para meses de agosto desde o início da série histórica do Caged, em 1992. De acordo com cálculos do Ministério do Trabalho e Emprego, essa média é de 185 mil para o mês.