O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, criticou nesta quarta-feira a "disfunção política" que retarda os esforços para impulsionar o crescimento global. Ele afirmou que as autoridades norte-americanas e europeias precisam enfrentar seus atuais desafios agressivamente. No entanto, ele disse acreditar que as autoridades europeias não vão permitir o colapso de um grande banco, a exemplo do que aconteceu com o Lehman Brothers na crise financeira iniciada em 2008.
Em uma entrevista para a CNBC, Geithner reiterou que a Europa tem capacidade financeira para resolver a crescente crise da dívida soberana e os receios com o setor bancário, que têm causado turbulências nos mercados. Segundo o secretário, as autoridades europeias reconhecem que têm sido lentas na resposta à crise, mas estão comprometidas em garantir que grandes instituições financeiras não entrem em colapso. "Não há possibilidade de os principais países da Europa permitirem que suas instituições estejam em risco aos olhos do mercado".
Economia americana
Geithner cobrou que os legisladores dos EUA aprovem rapidamente o projeto revelado pelo presidente norte-americano, Barack Obama na semana passada, para impulsionar a geração de empregos. Segundo ele, caso o Congresso não aprove o plano as projeções para a economia dos EUA serão prejudicadas, além de afetar os esforços para melhorar a posição fiscal do país. "Se
Alguns legisladores do Partido Republicano já levantaram questões sobre o pacote de Obama, gerando receios sobre a aprovação do projeto na Câmara e no Senado, ainda mais tendo em vista as eleições presidenciais do ano que vem. Geithner disse que o governo está aberto a mudanças no projeto e na forma como ele será financiado, mas criticou a retórica vinda de Washington. "A maior parte das alternativas sugeridas até agora são estratégias políticas, não estratégias de crescimento".
Um outro ponto que o governo Obama está analisando é como reformular o complicado sistema tributário do país, para reduzir as taxas de impostos e ampliar a base de contribuintes, tornando o recolhimento de receitas mais eficiente. Questionado sobre a possibilidade de permitir que grandes multinacionais tragam de volta para os EUA os lucros obtidos no exterior, Geithner disse que qualquer mudança na questão da repatriação teria de ser considerada como parte de um esforço maior para alterar a legislação tributária.