A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), iniciada nesta quarta-feira, já afeta os serviços de entrega de correspondência em todo o país, segundo divulgou o presidente da empresa, Wagner Pinheiro de Oliveira. Ainda de acordo com ele, as entregas devem continuar, mas com atrasos. Nesta quarta-feira, a ação nacional já afetou 17% das entregas diárias, que chegam a 5,3 milhões. Os serviços de Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta estão suspensos por tempo indeterminado. A paralisação contava, até as 12 horas, com a adesão de 32% dos 109 mil funcionários.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a greve foi "um último recurso" dos trabalhadores após a proposta da ECT ser considerada insuficiente em relação às reivindicações sindicais. A proposta salarial apresentada pelo governo federal inclui reajuste de 6,87% para repor a inflação, um ganho real de R$ 50 reais e abono salarial de R$ 800. A categoria nacional informou que reivindica aumento salarial de R$ 400, reposição da inflação de 7,16%, pagamento de perdas salariais referentes aos anos 1994 e 2002, totalizando 24,76%, entre outros pedidos.
Os Correios informaram que retiraram a proposta de reajuste salarial aos funcionário e que só voltam a negociar quando a categoria pôr fim à greve. Segundo Oliveira, as negociações já ocorrem à dois meses e que a empresa fez sua oferta limite do seu orçamento e que a diretoria da empresa ainda está analisando se vai entrar na Justiça contra a paralisação dos trabalhadores. Segundo Pinheiro, os funcionários que estão em greve terão o ponto cortado. “Greve é um direito das pessoas, mas quem faltar ao trabalho terá o dia cortado”, disse.
Minas Gerais
Em Minas, cerca de 670 trabalhadores participaram de manifestação na manhã desta quarta-feira em dois pontos da capital mineira. Segundo a assessoria de imprensa dos correios, no estado somente 7% do efetivo não compareceu ao trabalho, onde o órgão possui cerca de 10,5 mil funcionários. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (SINTECT-MG), esse número não corresponde com a realidade do estado. Porém, conforme explicou o secretário-geral, Robson Silva, a adesão à greve foi menor em Minas Gerais pela ausência do sindicato da Região do Triângulo Mineiro, único do país a não aderir oficialmente ao movimento.
Alerta aos consumidores
De acordo com o presidente dos Correios, as entregas de faturas pela empresa ainda está sendo realizada, obedecendo os prazos de vencimento. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alertou nesta quarta-feira que as empresas que enviam as cobranças por correspondência postal não são obrigadas a descontar juros ou multas por atraso no pagamento das faturas em função da greve.
Porém, as empresas responsáveis pela cobrança via Correios deve oferecer ao consumidor outra forma de pagamento, como internet, fax, depósito bancário. Segundo os órgão de defesa do consumidor, a empresa deve ainda divulgar amplamente as alternativas disponíveis.