A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta, dando sequência à recuperação engatada na véspera. No entanto, a previsão de volatilidade alta nos negócios locais continua. Atrelada ao desempenho dos mercados internacionais, a Bolsa tende a oscilar conforme forem anunciados os dados econômicos previstos para o dia. Às 10h22, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 1,28%, aos 57.006 pontos.
"Os mercados ainda comemoram o noticiário da véspera, mas efetivamente não houve nenhuma novidade", ressalta o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. Ele se refere ao comunicado que se seguiu à teleconferência entre a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro grego, George Papandreou; além da disposição da China em ajudar a Europa, com condicionantes. "Portanto, a base que sustenta os negócios é frágil e qualquer coisa mais negativa pode desarmar o sinal positivo, tanto aqui quanto lá", completa o especialista, acrescentando que a tendência é de a Bolsa "seguir colada ao exterior", embora, aparentemente o dia seja de recuperação.
Nos Estados Unidos, a agenda econômica do dia é forte. Mais cedo, a divulgação de aumento acima do esperado nos pedidos semanais de auxílio-desemprego feitos no país, em 11 mil, ante previsão de apenas 1 mil, reduziram o fôlego dos investidores. Além disso, foi anunciada hoje queda do índice de atividade do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) de Nova York, para -8,82 ante estimativa de melhora para -4. Ainda nos EUA, foram anunciados dados da inflação no varejo mais salgados que o previsto. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,4% em agosto, ante previsão de alta de 0,2%.
Dólar comercial abre em baixa de 0,58%
O dólar comercial abriu o dia em baixa de 0,58%, cotado a R$ 1,710 no mercado interbancário de câmbio. Ontem, a moeda americana havia fechado em R$ 1,72. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), a moeda norte-americana à vista abriu o dia em queda de 0,35%, a R$ 1,712.
Mais um sinal claro de que o mercado doméstico está ávido por dólares foi dado ontem pelo Banco Central, que pela primeira vez, desde 22 de dezembro de 2010, não fez nenhum tipo de intervenção no mercado de câmbio brasileiro. Os analistas fizeram uma segunda interpretação: a taxa atual estaria perto do teto desejado pela autoridade monetária. Cabe lembrar que, na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), o cenário de referência usava câmbio de R$ 1,60. Uma taxa "entre R$ 1,70 e R$ 1,75 já muda alguma coisa", ponderou um operador.
No exterior, o dólar também perdia espaço frente a outras moedas emergentes, mas as quedas eram francas, de até 0,20%, às 9h45. O mesmo comportamento morno ocorria na relação com as moedas fortes.