A greve dos funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) continua nesta quinta-feira afetando o serviço de entrega de correspondências em todo o Brasil. Os serviços Sedex 10, Sedex Hoje e Disque-Coleta seguem suspensos por terem horário marcado. O impasse entre o órgão e os trabalhadores não deve ser solucionado nesta quinta-feira, conforme informou diretor do comando nacional de negociações, José Gonçalves de Almeida.
Na tarde desta sexta-feira, os sindicatos da categoria de todo o país realizam novas assembleias para discutir os rumos da greve. Em Minas Gerais, segundo informaram os Correios, são 10,5 mil trabalhadores. Porém, ainda de acordo com o órgão, somente 7% dos funcionários paralisaram suas atividades nessa quarta-feira. Em Belo Horizonte, as manifestações continuam na tarde desta quinta-feira, na Praça da Assembleia, Bairro Santo Agostinho, onde os funcionários dos Correios estão concentrados com os professores estaduais, que completam 100 dias de greve.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios e Telégrafos e Similares do Estado de Minas Gerais (Sintect-MG), Pedro Paulo Pinheiro, informou que mesmo com a baixa adesão, cerca de 30% das entregas foram prejudicadas pela greve no estado, que representa 360 mil objetos e que esse número deve continuar aumentando com a continuidade da paralisação. Em declaração nessa quarta-feira, o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, afirmou que vai manter a entrega diária de cartas e encomendas, mas alertou para possibilidade de atrasos.
Em Belo Horizonte e região metropolitana, do total de 3 mil funcionários da empresa, cerca de 900 paralisaram as atividades nessa quarta-feira. Por enquanto, a adesão está mais forte na Grande BH. “Mas, a partir de amanhã (quinta-feira), teremos reuniões em outras regiões do estado”, afirma Pedro Paulo Pinheiro. Os funcionários dos Correios devem fazer uma caminhada na capital mineira, saindo da agência Juscelino Kubitschek, na Avenida Afonso Pena, em direção à Assembleia Legislativa, por volta das 13 horas, onde se juntam ao protesto dos professores estaduais.
A paralisação segue por tempo indeterminado. A categoria reivindica 7,4% de correção de todas as perdas salariais desde o governo Fernando Henrique Cardoso até hoje, contratação de mais 2,5 mil trabalhadores, melhoria nos convênios médicos , além de se declarar contra a política de privatização da ECT. O presidente dos Correios pediu aos trabalhadores que encerrem
a paralisação e frisou que a retomada das negociações sobre o acordo coletivo está condicionada ao retorno às atividades. Segundo ele, haverá desconto dos dias parados.Consumidor
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que não haverá prorrogação de prazos de pagamentos de cobranças não recebidas em função da greve. As datas de vencimento, esclarece a Febraban, são determinadas pelas concessionárias de serviços públicos e empresas emissoras dos boletos.
Em comunicado, a entidade sugeriu que os clientes identifiquem os pagamentos mensais, ou aqueles que poderão incidir no período da paralisação e, com essas informações, procurem as agências das concessionárias ou empresas emissoras dos boletos para solicitar a segunda via da cobrança. A entidade ressalta ainda que o débito direto autorizado (DDA), serviço bancário disponível desde 2009, elimina a necessidade do boleto impresso.