Uma piora na crise da dívida da Grécia pode afetar os grandes bancos da Alemanha, disse hoje Norbert Barthle, porta-voz para orçamento do Parlamento alemão e membro do partido União Democrata Cristã, da chanceler Angela Merkel.
Segundo Barthle, se a troica - grupo formado por representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) e da União Europeia - negar para a Grécia o próximo tranche (parcela) do atual programa de resgate, a Grécia dificilmente vai conseguir seu segundo pacote de resgate, de 109 bilhões de euros, e poderá ser forçada a declarar default (calote), o que afetaria os bancos locais. "Portanto, há, sim, preocupações em torno dos grandes bancos alemães".
Em uma tentativa de evitar abordar possíveis problemas financeiros nos bancos alemães relacionados à crise na Grécia, outras autoridades da coalização da chanceler Angela Merkel estão reticentes em falar sobre o tema. "Tal especulação só alimentaria incertezas. E isso não ajuda de nenhuma forma", afirmou Klaus-Peter Flosbach, porta-voz de política financeira da União Democrata Cristã.
O Ministério das Finanças da Alemanha tem planos de contingência para um possível default da Grécia, até mesmo em um cenário em que a Grécia saia da zona do euro. Entretanto, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, enfatizou na última segunda-feira que apesar de esses planos serem abordados, eles não são levados em conta nas atuais políticas governamentais. "O governo também discute sobre o que fazer se uma catástrofe ocorrer, mas por enquanto não leva isso em conta (em suas políticas atuais). Isso precisa ser distinguido".