Os testes de estresse com os bancos da União Europeia (UE) realizados em julho usaram hipóteses macroeconômicas defasadas, que não refletem as graves turbulências observadas nos mercados de bônus soberanos quando essas análises foram finalizadas. A conclusão é de um documento confidencial preparado por autoridades da área financeira da UE, no qual elas cobram que os reguladores usem cenários mais atuais nos testes do ano que vem.
O documento, que foi discutido na reunião do grupo de ministros de Finanças da UE (Econfin) neste fim de semana, na Polônia, descreve uma série de maneiras para aprimorar os testes. Essas análises, cujos resultados foram divulgados em julho, mostraram que os bancos do bloco estão bem capitalizados. Mas as ações dessas instituições têm caído fortemente desde então, o que levou as autoridades a discutirem se são necessárias mudanças para tornar as avaliações mais "credíveis". "Os testes não conseguiram restaurar a confiança nos mercados", diz o documento.
Os testes submetem os balanços dos bancos a vários níveis de estresse macroeconômico. Segundo o documento, uma forma de melhorar essas avaliações seria utilizar cenários mais atuais, "pare evitar que elas sejam ultrapassadas pelos eventos e se tornem obsoletas, como foi o caso, por exemplo, do cenário de um impacto relativamente brando nos balanços dos bancos, um cenário que claramente foi superado pelos eventos com o passar dos meses".