O presidente da Federação das Indústrias da Alemanha, Hans-Peter Keitel, criticou nesta segunda-feira o imposto para automóveis importados. Segundo ele, medidas protecionistas em geral pioram a situação financeira dos países que as adotam. "Os países que hoje têm mais problemas na Europa são os que têm mercados mais fechados", alertou Keitel.
O presidente da federação alemã disse que a medida não é isolada e pode ser encarada por outros países como um sinal de protecionismo. "Acho que não seria um bom sinal dado pelo Brasil para o comércio no mundo inteiro", afirmou.
No entanto, Igor Plöger, diretor da comissão de Relações Bilaterais da Câmara Brasil - Alemanha, salientou que algumas empresas alemães foram beneficiadas pela medida. "Não foi uma decisão fácil. Mas temos muito mais empresas de autopeças alemãs no Brasil do que montadoras, e elas foram beneficiadas por esse processo (o aumento da cobrança de IPI para importados)".
O secretário-geral do Ministério das relações Exteriores, Ruy Nunes Pinto Nogueira, defendeu a medida do governo contra as importações no setor automotivo. "Mas isso não é indicador de nenhuma grande mudança na política de livre comércio", garantiu Nogueira. "É apenas fato que o Brasil hoje é o quarto maior mercado de automóveis do mundo e que produz mais que a Alemanha".