Em relatório divulgado nesta terça-feira, o FMI advertiu sobre as "severas repercussões" para a economia mundial, caso os governos da zona do euro e dos Estados Unidos não proponham ações políticas rápidas para conter a crise econômica na região.
O FMI cortou sua previsão para o crescimento da economia global em 2011 e 2012, em comparação com uma previsão anterior divulgada em junho. A expectativa para 2011 baixou de 4,3% para 4%. Em 2012, ela ficou em 4%, ante aos 4,5% previstos anteriormente.
As informações estão no relatório “Perspectivas Econômicas Mundiais”, divulgado hoje. Segundo o documento, os EUA e a Europa podem sofrer fortes recessões, gerando uma "década perdida" de crescimento, se não houver esforços concertados de governos para evitar o cenário.
O FMI espera que a revisão sombria estimule os ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais - que se reúnem em Washington nesta semana, em conferências do próprio FMI e do G-20 - a elaborar um plano de ação cooperativa. "Políticas fortes são urgentemente necessárias para melhorar o panorama e reduzir os riscos", afirmou o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard.
O crescimento na Europa deverá desacelerar no próximo ano, devido aos persistentes temores sobre a crise da dívida soberana. Segundo as projeções do fundo, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Europa deverá desacelerar para 1,5% em 2012, de uma alta projetada de 2% neste ano, conduzido principalmente pela zona do euro, cujo crescimento deverá desacelerar para 1,1% no ano que vem, do 1,6% esperado neste ano.
O FMI prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) nas economias avançadas da Europa desacelerará para 1,3% em 2012, de 1,6% em 2011, enquanto o das economias emergentes europeias terá desaceleração para 2,7% em 2012, de 4,3% em 2011.
Medidas
O FMI alertou os países da zona do euro sobre a necessidade da implementação urgente das medidas aprovadas na reunião dos líderes europeus no dia 21 de julho. O objetivo é expandir a capacidade da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) e liberar o segundo pacote de resgate à Grécia. O fundo também destacou que reforçar o balanço dos bancos europeus além das exigências regulatórias é essencial para trazer de volta a confiança dos investidores na região.
O alerta do FMI ocorre após os ministros das Finanças europeus não conseguirem fechar um acordo durante o último fim de semana sobre uma conduta para evitar o aprofundamento dos problemas da dívida na Europa. Diante do impasse, a liberação da ajuda para a Grécia foi bloqueada, até que o país faça mais para colocar seu programa de austeridade nos trilhos, alimentando os temores sobre um default (calote) e elevando o custo do seguro da dívida soberana europeia.
"Num ambiente altamente incerto dominado pela tensão com a crise da dívida da zona do euro, os riscos para o crescimento são principalmente do lado negativo", afirmou FMI. As informações são da Dow Jones.