O dólar comercial volta a operar em alta nesta quinta-feira, em meio a tensão global. Às 9h47 (de Brasília), a moeda americana era negociada a R$ 1,9417 para venda, em alta de 4,45%. É a maior cotação desde 2009. A taxa de câmbio subiu 3,75% na véspera, o maior ganho diário desde novembro de 2008. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar avançava 1,41%.
Esta forte valorização da divisa norte-americana é atribuída tanto a fatores internos quanto externos. Na véspera, o Federal Reserve anunciou a chamada “Operação Twist”, que consiste em um processo de US$ 400 bilhões e que terá a venda títulos públicos de curto prazo e a compra de títulos de longo prazo. Trata-se de um esforço do banco norte-americano para tornar o crédito mais barato e impulsionar os gastos e os investimentos naquele país.
No entanto, no comunicado divulgado pelo Fomc (Federal Open Market Committee), a avaliação de que o crescimento econômico permanece lento e de que há “riscos significantes” para o cenário econômico, incluindo tensões nos mercados financeiros, aumentou o clima de aversão no mercado.
Ibovespa
Seguindo direção contrária, o Ibovespa inicia o pregão desta quinta-feira em forte queda de 3,47%, aos 54.036 pontos, em linha com o desempenho dos mercados internacionais. Tal movimento é pressionado pela desconfiança dos investidores com o programa anunciado pelo Federal Reserve na véspera. Na esteira deste anúncio, os principais índices acionários europeus registram queda de mais de 4%, enquanto os contratos futuros sobre índices de ações nos EUA amargam perdas superiores a 2%.