MP apresenta denúncia contra "Madoff de Divinópolis"

Os sócios da Adimóveis, empresa suspeita de ter operado esquema de pirâmide financeira em Divinópolis, na Região Centro-Oeste de Minas, tiveram seus passaportes retidos e estão proibidos de deixar o país até o julgamento do caso. A magistrada Rogéria Maria Castro Debelli, da 4ª Vara Federal, recebeu denúncia do Ministério Público Federal contra Deusdete Fernandes de Campos e seus filhos Caio Mário Lompes Campos e Camila Antoniete Campos Diniz. A suspeita é de que o rombo da empresa seja superior a R$ 70 milhões.

O esquema teria sido iniciado em 1994 e se prolongado até 2009, quando a Adimóveis decretou falência. Aproveitando a credibilidade da empresa, os acusados, segundo o MPF, teriam usado-a para captar recursos de centenas de pessoas, prometendo pagamento de juros superiores aos ofertados pelo mercado, o que foi confirmado pelos credores. Em seus depoimentos, eles disseram que a promessa era de pagamento de 2% de juros, enquanto o mercado garantia rendimentos máximos de 1%. Segundo as investigações, entre janeiro de 2006 e dezembro de 2008 foram feitas várias operações no mercado financeiro, com os recursos sendo movimentados entre as contas de clientes, dos acusados e das empresas.

Os valores arrecadados eram aplicados em operações de alto risco no mercado de capitais e em empréstimos a outras pessoas físicas e jurídicas. Em 2009, no entanto, os proprietários da Adimóveis deram início a uma sequência de calotes nos investidores, o que resultou numa enxurrada de queixas judiciais e no estouro do problema.