O Itaú Unibanco encontrou um jeito diferente de incentivar o investimento em bolsa. O banco criou um programa que permite ao cliente pessoa física comprar ações todo mês com débito automático em conta corrente. É o Compra Programada. "Ao fazer uma aplicação programada, o cliente se disciplina a poupar. Ao olhar para horizontes mais longos, os riscos relacionados à volatilidade do mercado são reduzidos", disse Roberto Corrêa da Fonseca, superintendente da Itaú Corretora. A ideia é fazer uma poupança em ações, destaca o executivo da corretora. O valor mínimo do investimento é de R$ 60 por mês. O cliente deixa agendado o montante que deseja aplicar todo mês, sem a necessidade de enviar a ordem de compra. Quem compra a ação na bolsa é a Itaú Corretora.
A equipe de analistas do Itaú selecionou ações mais líquidas - aquelas com maior volume de negócios - e que, na avaliação da corretora, apresentem maior potencial de valorização. Entre as opções oferecidas aos clientes estão, por exemplo, além de Petrobras, Vale e Itaú, papéis da PDG, Cemig e Gerdau.
Também é possível investir no ETF (Exchange Traded Funds) do Ibovespa. Os ETFs são fundos de investimento de índices que seguem, portanto, seus desempenhos. Segundo Fonseca, também se
Cabe ao cliente escolher a ação e o valor que deseja aplicar todo mês. Para o executivo, a média de investimento até agora é de R$ 600. Há ainda desconto de 20% a 90% na corretagem e isenção na taxa de custódia por até seis meses. No material de divulgação do Compra Programada, cálculos do banco indicam que quem aplicou R$ 300 todo mês na bolsa desde 2000 teria R$ 78 mil em julho deste ano se aplicasse em uma carteira similar ao Ibovespa, valorização de 250%. Se fosse em papéis da Vale, teria R$ 193 mil (ganho de 770%).
O produto do Itaú chamou a atenção da BM&FBovespa. Segundo Fonseca, executivos da bolsa foram conhecer o Compra Programada e consideraram uma alternativa interessante para atrair pessoas físicas para o mercado de ações. O objetivo do banco foi o de criar uma forma simplificada de investir em ação, modalidade de aplicação que alguns clientes consideram complicada.
A BM&FBovespa tem tido dificuldade em atrair novos investidores. O número de pessoas físicas se estabilizou na casa dos 600 mil. Em agosto, a bolsa lançou uma nova política tarifária para o pequeno investidor. Além disso, mudou a meta para chegar a um público de 5 milhões de pessoas físicas. A ideia era atingir esse número em 2014, mas o ano foi alterado para 2018.