Antes mesmo de concluir as obras de duplicação da usina siderúrgica de João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais, para 2,4 milhões de toneladas de aço bruto por ano, a ArcelorMittal Aços Longos, braço do maior grupo siderúrgico do mundo, avalia novos projetos para o estado, disse o vice-presidente da empresa para a América Latina, Augusto Espeschit de Almeida. “Alguns estudos não foram aprovados, mas outros estão aguardando melhora da conjuntura”, afirmou o executivo. Segundo ele, a expectativa da companhia é expandir as unidades existentes, em lugar de partir para a compra de ativos.
“Temos de nos preparar para atender o crescimento do mercado interno”, afirmou Almeida. De acordo com o executivo, a crise na Europa e nos Estados Unidos não reduziu a demanda por aços longos e o consumo deve avançar 7,7%, em média, nos próximos cinco anos, assim como o resultado financeiro da empresa no país. “Não nos baseamos somente da Copa do Mundo e Olimpíadas. Temos um enorme déficit habitacional e uma deficiente infraestrutura logística”, justificou o executivo.
Almeida também destaca que uma das metas da ArcelorMittal é agregar valor aos seus produtos. “Uma coisa é fazer vergalhão (ferro para construção). Outra é entregá-lo cortados e dobrado (na medida que atenderá o cliente)”. A ArcelorMittal controla no Brasil as antigas Belgo-Mineira (MG), Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST, no Espírito Santo) e Vega do Sul (SC). No país, também é o maior produtor de aço, com cerca de 10 milhões de toneladas anuais, 30% do total fabricado em terras brasileiras. No início do ano a empresa separou, mundialmente, a divisão de aço inox (antiga Acesita), mas mesmo assim continua líder local do setor, seguido pelo grupo Gerdau, de Porto Alegre.
Para atender a expansão da produção de aço em Minas, o conglomerado também quer avançar na atividade de exploração de minério de ferro, matéria-prima da fabricação de aço. O presidente da ArcelorMittal Mineração, Sebastião Costa Filho, afirma que o grupo “tem condições de crescer”. Ele não descartou a compra de pequenas mineradoras que resistem às gigantes do setor na Serra Azul de Minas, área rica em reservas de ferro localizada na Região Central do estado.
Com investimentos de US$ 76 milhões, a mina do Andrade, próximo a João Monlevade, será duplicada para 4 milhões de toneladas anuais antes do fim de 2012. A reserva Serra Azul, no município de Itatiaiuçu, também está em processo de expansão, que vai até 2017. O valor dos investimentos não foi divulgado.
Vale investe
Recursos de US$ 15 bilhões (R$ 27 bilhões) serão destinados pela Vale em projetos no mundo até 2020 para diversificar suas atividades e se tornar uma das maiores produtoras mundiais de potássio e rocha de fosfato, disse terça-feira, em Belo Horizonte, Marcelo Fenelon, diretor de operações da Vale Fertilizantes. "Do ponto de vista do financiamento, os projetos estão confirmados", disse o executivo. A empresa tem unidades em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Goiás. Em Minas, destinará pelo menos R$ 2 bilhões ao Projeto Salitre, a ser implantado em Patrocínio (Alto Paranaíba), onde deverá produzir 2,2 milhões de toneladas de fosfato a partir de 2013 ou 2014.