O sistema de transporte público da Grécia ficou paralisado nesta quarta-feira, com nova greve contra reformas anunciadas pelo governo para garantir financiamento internacional. A capital Atenas sofreu com grandes congestionamentos pelo terceiro dia consecutivo.
Os condutores de ônibus, metrôs, bondes e trens suburbanos convocaram a paralisação de 24 horas em oposição aos planos do governo de colocar funcionários públicos em uma força de reserva recebendo apenas 60% do salário por um ano.
Para piorar o quadro, os proprietários de táxis da capital grega lançaram uma greve de 48 horas contra reformas no setor. Em meio aos quilômetros de congestionamentos na hora do rush da manhã, algumas pessoas usaram bicicletas para tentar chegar ao trabalho.
Os protestos no setor público continuam, com funcionários da receita e de alfândegas de braços cruzados e funcionários do Ministério das Finanças fazendo um segundo dia de uma greve de 48 horas. Além disso, médicos convocaram para amanhã, numa uma paralisação de quatro horas. Os enfermeiros farão greve de 24 horas na sexta-feira.
No mês que vem, as duas principais centrais sindicais do país - a GSEE, do setor privado, e a Adedy, do público - anunciaram paralisações do funcionalismo público, em 5 de outubro, e uma greve geral nacional, em 19 de outubro.
Pressão
Pressionado por seus credores internacionais, o governo grego decidiu na semana passada implementar novos cortes em pensões, impor novos impostos para pessoas de renda mais baixa e colocar este ano 30 mil trabalhadores em uma reserva especial de trabalho, com salários reduzidos. Cortes nos salários do funcionalismo e outras medidas também estão planejadas.
Em jogo está a parcela de 8 bilhões de euros de ajuda da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) que a Grécia precisa receber nas próximas semanas, ou ficará sem dinheiro em meados de outubro. Os credores do país exigiram medidas adicionais de austeridade antes da liberação de mais auxílio.