Para diminuir desigualdades regionais e incentivar uma política industrial comum, o alto representante-geral do Mercosul, o embaixador Samuel Pinheiro, voltou a defender hoje (28) uma revisão do valor depositado anualmente no Fundo Estrutural de Convergência do Mercosul (Focem). O montante é destinado a melhorar a infraestrutura das economias menores do bloco.
A ideia é que as contribuições do Brasil – responsável por 70% do depósito –, da Argentina (27%), do Uruguai (2%) e do Paraguai (1%) somem US$ 200 milhões. O dinheiro deve ser investido em transporte e energia, por exemplo, reduzindo “assimetrias”. “Um país que não tem construída sua infraestrutura tem dificuldade de crescimento”, constata Pinheiro.
Para integrar os países, Pinheiro também defendeu a coesão política no bloco, por meio de uma “harmonização” das legislações, além de "discursos afinados" em negociações internacionais, principalmente com a China. Segundo ele, essas são questões prioritárias, que assim como a revisão da contribuição para o Focem, devem ser suscitadas nos países pelo Parlamento do Mercosul. "A hora em que houver livre movimentação de mão de obra, será preciso ter leis harmonizadas. Isso é indispensável para a criação de um espaço econômico comum", declarou.
Outra prioridade, de acordo com o embaixador, é estimular a entrada da Bolívia e do Equador no Mercosul, como membros plenos no bloco. Pinheiro explicou que as primeiras negociações dependem de uma visita à Bolívia, que está para ser agendada pelas autoridades daquele país.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, em 2010, a economia do Mercosul cresceu 8% e o intercâmbio comercial no bloco atingiu US$ 45 bilhões. Para 2011, a expectativa é superar os US$ 50 bilhões em trocas comerciais entre os países que formam o Mercosul.