O superávit primário do Governo Central (Tesouro, Previdência e Banco Central) foi de R$ 2,490 bilhões em agosto, segundo dados divulgados hoje pelo Tesouro Nacional. O desempenho ficou dentro do intervalo esperado pelos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (-R$ 1 bilhão a +R$ 11,5 bilhões), mas situou-se abaixo da mediana de +R$ 4,5 bilhões. O resultado foi o pior para meses de agosto desde 2003, quando o superávit do Governo Central foi de R$ 2,48 bilhões.
A contribuição do Tesouro Nacional foi de um superávit de R$ 6 474 bilhões, enquanto que a Previdência Social registrou um déficit de R$ 3,926 bilhões e o Banco Central também teve resultado negativo de R$ 58,3 milhões.
No acumulado do ano, o Governo Central registra um superávit primário de R$ 69,843 bilhões ante um valor de R$ 29,681 bilhões nos primeiros oito meses de 2010. O desempenho deste ano corresponde a 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,25% do PIB no mesmo período do ano passado.
O Tesouro Nacional acumula um superávit no ano de R$ 95,879 bilhões, enquanto que o déficit da Previdência de janeiro a agosto totaliza R$ 25,536 bilhões. O Banco Central também registra déficit no ano de R$ 499,1 milhões.
Despesas
Ainda segundo o Tesouro, as despesas do Governo Central cresceram 10,6% de janeiro a agosto de 2011 em relação com o mesmo período do ano passado. Por outro lado, as receitas totais subiram 20% na mesma comparação. O avanço das receitas líquidas foi de 18,8% no intervalo, enquanto que as transferências para Estados e municípios aumentaram 26%.
Os gastos com pessoal subiram 10,3% de janeiro a agosto deste ano ante igual período de 2010 e os gastos com custeio cresceram 11,8%. Já os investimentos apresentaram uma alta de apenas 0,2% no ano em relação aos oito primeiros meses de 2010.
Investimentos
O Tesouro revelou também que os investimentos do governo de janeiro a agosto deste ano totalizaram R$ 28,02 bilhões, o que significa um acréscimo de apenas 0,2% em relação ao mesmo período de 2010, quando somaram R$ 27,97 bilhões. No entanto, o resultado de agosto reverteu o sinal negativo do ano já que de janeiro a julho os investimentos apresentavam uma queda de 2,4% ante os sete primeiros meses do ano passado.
Já os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) subiram 40,3% no acumulado do ano, totalizando R$ 16,7 bilhões. No mesmo período do ano passado, o PAC totalizou R$ 11 9 bilhões. A diferença tão acentuada entre os gastos com PAC e os investimentos totais se deve ao Minha Casa, Minha Vida. Os aportes ao programa habitacional são contabilizados dentro do PAC porque podem ser abatidos da meta de superávit primário.
Em entrevista à Agência Estado recentemente, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, se mostrou preocupado com o ritmo de execução de obras em vários Ministérios, o que tem refletido no desempenho dos investimentos totais.