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Estado de Minas

Lula vê falta de ação de líderes europeus contra crise


postado em 30/09/2011 10:49

A crise internacional será resolvida com decisões políticas, e não econômicas, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele criticou a falta de atitude das lideranças europeias para combater os problemas na região. "Não dá para a crise ser tratada do jeito que está sendo", disse hoje, em palestra durante evento da revista britânica The Economist, em Londres.

O ex-presidente afirmou que essa foi a lição aprendida com sua experiência, pois nasceu, passou a infância, adolescência, vida sindical e campanha eleitoral em meio a crises. Segundo ele, quando a crise era no Brasil, o Fundo Monetário Internacional (FMI) "tinha todas as soluções", e o Banco Mundial dava "todos os palpites" quando era a Colômbia que estava com problemas.

Lula acredita que a Grécia não deveria estar gerando tantos problemas para a economia mundial em razão do seu tamanho pequeno. Entretanto, a falta de soluções fez com que a crise se alastrasse para outros países. "Quanto custou para criar a União Europeia (UE) e quanto vai custar para destruí-la?", questionou. Para ele, a construção da UE é um "patrimônio da humanidade" e não se pode abrir mão disso.

Lula também acredita que a solução dos problemas atuais passa pelo aumento do número de consumidores europeus, como ocorreu com o Brasil ao longo de seus dois mandatos.

Segundo o ex-presidente, o sistema financeiro "não pode achar que é dono do mundo", e o mercado "não tem solução para todos os problemas". Os participantes do mercado continuam recebendo bônus e se "acham gênios", afirmou. "Não podemos ter um sistema financeiro que funcione na mentira", afirmou.

Impostos

Se alguém tiver de pagar mais impostos no exterior como resultado da crise, que sejam os ricos, afirmou Lula, questionado sobre a potencial participação dos mais abastados na atual turbulência, diante da taxação discutida nos Estados Unidos, Espanha e França.

Ainda assim, Lula disse que tem dúvidas sobre a eficácia da elevação de impostos, pois acredita que a crise não é resultado da falta de recursos, mas sim da falta de responsabilidade.

O ex-presidente encerra hoje a agenda internacional que incluiu Washington (EUA), Paris (França), Gdanski (Polônia) e Londres (Inglaterra). Ele conversou rapidamente com a imprensa ao sair do evento da The Economist e voltará na tarde de hoje ao Brasil.


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