O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, afirmou nesta terça-feira, durante uma audiência no Congresso dos Estados Unidos, que não descarta uma terceira rodada de afrouxamento quantitativo (QE3, na sigla em inglês). Questionado pelo deputado republicano Sean Duffy se um QE3 ainda está na mesa de negociações, ele disse que "nunca tira nada da mesa", mas insistiu que não existem planos para uma medida desse tipo ser adotada imediatamente.
O presidente do Fed também disse considerar que o câmbio subvalorizado da China esteja prejudicando a recuperação econômica global. Bernanke disse que, ao manter o yuan subvalorizado, a China contribui para uma recuperação desigual da economia, na qual os países emergentes cresceriam mais rapidamente enquanto os EUA e a Europa estagnariam.
Europa
Em resposta a perguntas de congressistas sobre os problemas fiscais da Europa, Bernanke disse que o Fed poderia dar início a um programa de empréstimo de base ampla para fazer frente a potenciais problemas no sistema financeiro norte-americano no caso de a crise na zona do euro agravar-se.
"Nós garantiríamos nossa prontidão em fornecer tanta liquidez contra colaterais quanto for necessária na condição de emprestador de última instância de nosso sistema bancário", declarou Bernanke.
O presidente também defendeu o programa por meio do qual o Fed fornece dólares ao Banco Central Europeu (BCE) e assegurou que a ação não representa nenhuma espécie de risco aos contribuintes norte-americanos.
Em declarações preparadas a um painel bipartidário do Congresso dos EUA, Bernanke pediu aos parlamentares norte-americanos que adotem medidas capazes de ajudar o setor habitacional, que está pesando sobre a economia pelo fato de os consumidores estarem mais cautelosos em relação aos gastos. Bernanke pediu que o Congresso ofereça um "caminho futuro" para a habitação, capaz de dar tranquilidade aos norte-americanos.