O vice-presidente da Moody's, Mauro Leos, disse hoje que a alta de 14% do salário mínimo encomendada para 2012 "pode ter impacto inflacionário." Contudo, ele ressaltou que a regra que determina o reajuste deste piso salarial do País é "positiva", pois aumenta a "previsibilidade" da gestão da política econômica. "A norma que estabelece a elevação do salário mínimo vale todos os anos, e é definida de forma objetiva", disse ele, em palestra em São Paulo.
"Para quem avalia rating soberano, algum fator de apreensão poderia ocorrer caso o Banco Central não estivesse atuando para controlar a inflação. Mas não é isso que está ocorrendo hoje", disse ele, em entrevista a jornalistas.
De acordo com Leos, a economia brasileira está forte o suficiente para "lidar com choques externos" eventualmente advindos do agravamento da crise internacional. Ele ressaltou que o País apresenta um bom desempenho do balanço de pagamentos, possui cerca de US$ 350 bilhões em reservas cambiais e é credor externo líquido. O vice-presidente da Moody's, contudo, afirmou que o Brasil possui "alguns desafios" no futuro próximo, pois "é fraco" o tamanho da poupança como proporção do PIB, que atinge 20% do Produto Interno Bruto. "Não é como a China, que tem 50% de poupança em relação ao PIB", destacou.