Para marcar o relançamento, o site www.casadoradio.com.br está no ar desde ontem oferecendo um estoque disponível de 950 itens e preços anunciados até 11% abaixo daqueles praticados pela concorrência, garante o novo empreendedor da marca. A Selfshop fechou um contrato de imagem para veicular o nome Casa do Rádio, em troca de pagamento de royalties pelo uso e faz uma aposta alta de dobrar, em seis meses, a sua atual receita de vendas pela internet, de R$ 70 milhões por ano. “A Casa do Rádio marcou uma era e tem plenas condições de criar uma conexão com a nossa empresa. Buscamos associar o conceito de credibilidade dessa marca, que se mantém na lembrança do consumidor, à nova imagem de inovação”, afirma David Bomfim.
A intenção da Selfshop Eletro é oferecer no novo site da antiga marca mineira todos os produtos comercializados nas lojas físicas. O site que relançou a marca Casa do Rádio vai atuar numa linha parecida a da Selfshop, começando com o cartão de crédito como única forma de pagamento e parcelamentos em no máximo 10 meses. As políticas de ofertas diárias e prioridade para garantia estendida dos produtos também foram incorporadas no negócio. O valor do contrato de cessão da marca não foi divulgado. De acordo com a Selfshop não há nenhum relacionamento de parceria comercial com os proprietários da marca criada por Cornélio Rodrigues nos anos 1930.
Memória
Um reinado que ruiu
Aberta em 1936 em Nova Lima, na Grande BH, a Casa do Rádio teve um reinado longo no varejo de produtos da linha branca até sofrer o primeiro baque com o congelamento de preços de mercadorias e serviços imposto pelo ex-presidente José Sarney, como parte da adoção do Plano Cruzado em fevereiro de 1986. À época, a rede comandada pelos irmãos Jairo e Humberto Rodrigues, este último morto em 2007, mantinha 54 pontos de venda no estado e 700 funcionários. A fragilidade financeira desaguou num pedido inevitável de concordata em maio de 1998, ante uma dívida acumulada de R$ 40 milhões. Pouco tempo depois, uma oferta da Casas Bahia parecia definir um outro destino para a Casa do Rádio, quando a grande rede baiana pagou R$ 20 milhões como sinal da compra de parte das ações da empresa mineira. O negócio ruiu, entretanto, e teve como resultado uma briga judicial. Em fevereiro de 2001, a Justiça mineira decretou a falência da Casa do Rádio.