A Central Única dos Trabalhadores (CUT) fez uma manifestação na tarde desta sexta-feira, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, contra a transferência parcial de parte dos aeroportos brasileiros à iniciativa privada. A privatização deve começar em dezembro pelos terminais de Guarulhos (SP), Viracopos (Campinas) e Brasília. A concessão de outros aeroportos, como o do Galeão, no Rio, e o de Confins, em Minas Gerais, ainda está em estudo.
Mais de 100 pessoas participaram da manifestação. Entre elas, delegados da CUT de quase todo o país, que estavam reunidos em uma plenária em Guarulhos, funcionários da Infraero e de sindicatos de aeroportuários e aeroviários.
De acordo com os sindicalistas, o governo precisa manter o controle acionário da Infraero, mesmo que decida abrir o capital da empresa estatal. O governo quer que a iniciativa privada fique com 51% de participação dos aeroportos privatizados. As entidades sindicais consideram alto esse percentual.
“O ganhador da licitação terceiriza ou quarteiriza e diminui a qualidade do serviço. Estamos vendo o que está acontecendo em várias obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]”, disse o presidente da CUT.
Os manifestantes percorreram todos os terminais do aeroporto gritando palavras de ordem contra a privatização. Por alguns instantes, as duas faixas de acesso ao desembarque do aeroporto foram fechadas.
“A privatização vai trazer a elitização dos aeroportos e o aumento das tarifas. O que incomoda a elite do país é que os aeroportos começaram a ser frequentados pelo povão. Um governo eleito pelos trabalhadores com discurso contra a privatização não pode privatizar um patrimônio do país como é a Infraero”, disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Fentac), Celso Klafke.