A greve dos bancários está mais forte a cada dia. Nessa segunda-feira balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou que os bancários já paralisaram 9.090 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. O número equivale a 45,28% das 20.073 agências do país.
O presidente da entidade e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, informou, por meio de nota que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não respondeu à carta enviada pela Contraf há uma semana, solicitando a retomada das negociações. “Enquanto seguimos reafirmando nossa disposição para o diálogo, os bancos e o governo enrolam e tentam confundir os bancários e a sociedade. A tática deles não vai funcionar.”
O Comando Nacional se reúne hoje, a partir das 10h, em São Paulo, “para avaliar a greve e ampliar ainda mais o movimento”. Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado, após a quinta rodada de negociações com a Fenaban, em 23 de setembro. A proposta patronal contemplava reajuste de 8% sobre os salários, o que representa aumento real de 0,56%, segundo a Contraf. A reivindicação da categoria é de 12,8% de reajuste, sendo 5% de aumento real. Os bancários pedem, ainda, valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, melhoria do atendimento aos clientes, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.
Mutirão para entrega de cartas
O último mutirão dos Correios, realizado no fim da semana, pôs em dia a entrega de aproximadamente 22 milhões de correspondências. Outros 27 milhões de objetos postais passaram pela triagem segundo informou a empresa. Desde o início da greve, em 14 de setembro, a empresa fez mutirões para a entrega das correspondências. Nos últimos quatro finais de semana, passaram pela triagem dos correios aproximadamente 47 milhões de cartas e 96 milhões de objetos. Cerca de 40 mil trabalhadores participaram da iniciativa em todo o país.
“O profissionalismo demonstrado pelos trabalhadores reforça nossa convicção de que devemos continuar firmes na missão de fortalecer e engrandecer o patrimônio público que são os Correios. Tudo isso para bem atender os cidadãos e as empresas brasileiras”, afirmou o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, por meio de nota. A greve dos funcionários dos Correios poderá acabar hoje, quando o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgará o dissídio coletivo.