Em meio as turbulências financeiras que assolam o mundo, os países emergentes que formam a sigla Brics (Brasil, Rússia, Índia e África, a China ficou de fora) lançaram nesta quarta-feira (12/10) uma parceria estratégica que deve movimentar US$ 9 trilhões por mês. O projeto vai reunir seis bolsas dessas economias em um sistema que irá cruzar dados de contratos de valores mobiliários a partir do primeiro semestre de 2012. A meta é criar um índice, semelhante ao Ibovespa, para os Brics.
"Não necessariamente vai ser um big bang, mas com o tempo vai trazer muitos interesses para os investidores", avaliou Charles Li, presidente executivo da Hong Kong Stock Exchanges and Clearing Limited (HKEx). "Brics, hoje, é uma grande commoditie (produtos básicos com cotação internacional)", concluiu. Para Ruben Aganbegyan, presidente da MICEX (Russia), essa união é um processo importante que vai trazer vantagens para os países, para a comunidade (Brics) e para os investidores.
Edemir Pinto, presidente da Bolsa de Valores de São Paulo (BMF&Bovespa), afirmou que o passo dados pelos Brics é importante principalmente por ocorrer em um momento no qual o mundo passar por uma situação grave de crise e, o Brasil, assim como o restante do Brics, vive o oposto de tudo isso. "A segunda fase do projeto terá o desenvolvimento de produtos que oferecem acesso aos índices combinados de todas as ações", disse.