Os preços do petróleo caíram levemente nesta quarta-feira em Nova York após cinco pregões em forte alta, em um mercado cauteloso diante das previsões pessimistas sobre a demanda de petróleo e atento à evolução da crise da dívida europeia.
No New York Mercantile Exchange, o barril de "light sweet crude" para entrega em novembro fechou em 85,57 dólares, em queda de 24 centavos em relação à terça-feira. Em Londres, o Brent do Mar do Norte para entrega em novembro ganhou 63 centavos e fechou a 111,36 dólares. As cotações, que subiram mais de 10 dólares nos cinco pregões anteriores, oscilaram em grande parte do dia em torno do equilíbrio. "Os mercados externos (bolsa em alta, dólar em baixa) jogam a favor de um cenário de alta", disse Rich Ilczyskyn, da MF GLobal. Mas o mercado petroleiro "enfrenta importantes ventos contrários", completou. Se os mercados de ações e o euro "continuarem subindo, o petróleo tem luz verde para voltar aos 90 dólares, mas penso que não irá mais longe. Se nos basearmos na oferta e na demanda, não creio que o mercado quer um barril a 100 dólares" em Nova York, completou. Tal como fez a Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), a AIE, a Agência Internacional de Energia, revisou para baixo suas previsões de consumo mundial para 2011 e 2012 devido à desaceleração da economia. O consumo de petróleo será este ano inferior em 50.000 barris diários em relação ao previsto anteriormente, e 210.000 barris a menos que o previsto inicialmente para 2012, segundo a AIE. Assim, a demanda ficará fixada em 89,2 milhões de barris diários (mbd) em 2011 (+1,1% em relação a 2010) e depois aumentará 1,4% em 2012, a 90,5 mbd. A AIE, representante dos países ricos consumidores de petróleo, adverte que suas previsões poderão ser reduzidos ainda mais se o crescimento da economia mundial continuar desacelerando. A agência americana de energia (EIA, da sigla em inglês), dependente do Departamento de Energia, revisou para baixo nesta quarta-feira sua previsão de aumento da demanda mundial de petróleo para 2011 e 2012, também devido à incerteza que reina sobre a economia mundial. Em seu relatório mensal, esse órgão estima que este ano o consumo de petróleo alcançará 88,4 milhões de barris por dia, o que representa um aumento de 1,3 mbd em relação a 2010. Em 2012, atingirão 89,8 mbd, aumento de 1,4 milhões de barris diários. Anteriormente, a agência previa um aumento levemente superior para 2011 (+1,4 mbd). "Os riscos negativos dominam a demanda devido aos persistentes temores sobre uma desaceleração da recuperação econômica, um contágio da crise da dívida na União Europeia e os outros problemas fiscais dos governos", explicaram especialistas da EIA.