O Brasil espera aumentar sua participação no FMI, mas jamais aceitará que esse organismo imponha certas receitas aos países que requerem sua ajuda, afirmou a presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira.
"Temos recursos investidos no Fundo Monetário Internacional (FMI) e inclusive, possivelmente, teremos uma maior participação", disse a presidente durante um discurso em Porto Alegre para governadores do sul do país. "Contudo, jamais aceitaremos - como participantes do FMI - que certos critérios que nos impuseram sejam impostos a outros países", enfatizou Dilma.
As potências emergentes do G20 (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que integram o bloco Brics), se declararam dispostos a apoiar aos países europeus em apuros fiscais através do FMI, apesar de países como Estados Unidos e Alemanha serem contrários a essa opção.
O Brasil, a maior economia da América Latina, está a caminho de converter-se em um dos principais dez acionistas do FMI, segundo a página oficial do organismo.
Conforme um país aumenta sua participação, também incrementa sua capacidade de decisão dentro da entidade. Em 2005, o Brasil pagou de forma antecipada sua dívida com o FMI, pela qual devia aceitar um monitoramento periódico de suas finanças. "Nós sabemos o que é a supervisão do FMI. Nós sabemos o que é a proibição de fazer investimentos (...) Por isso temos que continuar firmes macroeconomicamente", disse a presidenta em Curitiba.