Manifestantes estão tomando as ruas de capitais ao redor do mundo hoje para protestar contra a "ganância corporativa" e os cortes orçamentários feitos por distintos governos. Organizadores preveem marchas em até 951 cidades de 82 países, em todos os continentes, inspiradas no movimento Ocupe Wall Street, iniciado em Nova York.
O objetivo, dizem, é neste 15 de outubro "unir nossa voz e dizer aos políticos e às elites financeira que cabe a nós, o povo, decidir nosso futuro", segundo o site da organização, centenas de pessoas já protestaram em cidades do Japão, da Austrália e Nova Zelândia.
Em Sydney, as ruas diante do Banco Central da Austrália foram tomadas por cerca de 2 mil manifestantes, entre representantes aborígenes, sindicalistas e comunistas. Em Taipei (Taiwan), onde manifestações do tipo são raras, cerca de cem pessoas se reuniram para criticar a má distribuição de riquezas.
Ao longo do dia, começaram protestos também em grandes cidades europeias, como Berlim, Londres e Atenas, e estão programados para ocorrer em cidades americanas. Mas ainda não está claro se as manifestações se transformarão em "acampamentos" como o que está sendo feiro nos arredores de Wall Street nos últimos meses e que cresceu nas últimas semanas.
Naomi Colvin, uma das organizadoras do protesto esperado diante da Bolsa de Valores de Londres, disse que a natureza do movimento dependerá do comparecimento das pessoas e das decisões tomadas em uma suposta "assembleia geral" a ser organizada entre os manifestantes. "Se a assembleia decidir que devemos tentar ficar [diante da Bolsa], então vamos nos esforçar para ficar", disse ela à BBC.
Os primeiros protestos do tipo começaram em maio, em Madri, quando centenas de pessoas, conhecidas como os "indignados", tomaram a praça Puerta del Sol para mostrar seu descontentamento com os altos índices de desemprego da Espanha e com o que chamam de forte influência das instituições financeiras sobre as decisões políticas.
Ao mesmo tempo, observadores dizem que, enquanto os protestos na Espanha tinham demandas específicas, como cortes nas jornadas de trabalho para combater o desemprego, muitos dos movimentos inspirados no Ocupe Wall Street têm bandeiras mais vagas.
A onda de protestos deste sábado ocorre simultaneamente a um encontro do G20 na França, em que políticos tentam encontrar formas de enfrentar a crise da dívida que se espalha pelos países da zona do euro.